Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2023
O número de soldados russos mortos e feridos na Ucrânia está se aproximando de 200 mil, um símbolo absoluto de quão ruim foi a invasão do presidente Vladimir Putin, de acordo com autoridades americanas e ocidentais.
Embora alertem que as baixas são notoriamente difíceis de estimar, principalmente porque se acredita que Moscou costuma subestimar seus mortos e feridos na guerra, as autoridades dizem que a matança dos combates dentro e ao redor da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, e da cidade de Soledar aumentou o que era já um custo pesado.
Com Moscou desesperada por uma grande vitória no campo de batalha e vendo Bakhmut como a chave para tomar toda a área oriental de Donbass, os militares russos enviaram recrutas mal treinados e ex-presidiários para as linhas de frente, direto para o caminho dos bombardeios e metralhadoras ucranianos. O resultado, dizem as autoridades americanas, foram centenas de soldados mortos ou feridos por dia.
Analistas russos acham, no entanto, que é improvável que a perda de vidas seja um impedimento para os objetivos de guerra de Putin. Ele não tem oposição política internamente e classificou a ofensiva como o tipo de luta que o país enfrentou na Segunda Guerra Mundial, quando mais de 8 milhões de soldados soviéticos morreram.
Os números de vítimas da Ucrânia também são difíceis de determinar, dada a relutância de Kiev em divulgar suas próprias perdas durante a guerra. Mas, em Bakhmut, centenas de soldados ucranianos também foram feridos e mortos diariamente, disseram autoridades. Formações de infantaria mais bem treinadas são mantidas na reserva para protegê-las, enquanto tropas menos preparadas, como as das unidades de defesa territorial, são mantidas na linha de frente e suportam o peso dos bombardeios.
A última estimativa pública de baixas feita por Washington ocorreu em novembro passado, quando o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, disse que mais de 100 mil soldados de cada lado foram mortos e feridos desde o início da guerra. Na época, as autoridades disseram em particular que os números estavam mais próximos de 120 mil.
“Eu diria que é significativamente mais de 100 mil agora”, disse o general Milley em uma entrevista coletiva no mês passado na Alemanha, acrescentando que o número de mortos russos incluía “militares regulares e também seus mercenários do Grupo Wagner”.
Em duas reuniões no mês passado entre altos funcionários militares e de defesa da Otan e países parceiros, as autoridades disseram que os combates em Donbass se transformaram, segundo um deles, em um moedor de carne.
Na TV norueguesa em 22 de janeiro, o general Eirik Kristoffersen, chefe da Forças Armadas da Noruega, disse que as estimativas eram de que a Rússia sofreu 180 mil mortos e feridos, enquanto a Ucrânia teve 100 mil mortos ou feridos em ação, juntamente com 30 mil mortes de civis. O general Kristoffersen, em um e-mail ao New York Times por meio de seu porta-voz, disse que há “muita incerteza sobre esses números, pois ninguém no momento é capaz de dar uma boa visão geral. Eles podem ser mais baixos ou até mais altos”.
Altos funcionários dos EUA disseram nesta semana que acreditam que o número da Rússia está próximo de 200 mil. Esse número, em apenas 11 meses, é oito vezes maior do que as baixas americanas em duas décadas de guerra no Afeganistão.
Os números para a Ucrânia e a Rússia são estimativas baseadas em imagens de satélite, interceptações de comunicação, mídia social e relatórios da mídia local, bem como relatórios oficiais de ambos os governos. Estabelecer números precisos é extremamente difícil e as estimativas variam, mesmo dentro do governo dos EUA. As informações são do jornal The New York Times.