Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2022
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, fez uma avaliação que chamou de “brutalmente honesta” das capacidades europeias na guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao afirmar que “não somos fortes o suficiente” para enfrentar Moscou sozinho.
Durante uma visita à Austrália, a chefe de Governo afirmou que a invasão e ocupação russa da Ucrânia demonstraram a fragilidade europeia e seus erros estratégicos ao lidar com a Rússia.
“Tenho que ser muito honesta com vocês, brutalmente honesta, a Europa não é forte o suficiente agora. Estaríamos em problemas sem os Estados Unidos”, declarou Marin em um evento no Lowy Institute de Sydney.
Ela insistiu que a Ucrânia deve receber o que precisar para vencer a guerra e que o governo dos Estados Unidos tem sido crucial no fornecimento de armas, recursos e ajuda humanitária a Kiev, para conter os avanços russos.
“Devemos garantir que também estamos construindo estas capacidades quando se tratada indústria de defesa europeia”, acrescentou.
A primeira-ministra criticou as políticas da União Europeia (UE) de aproximação com o presidente russo, Vladimir Putin, e afirmou que o bloco deveria ouvir o Estados-membros que integraram a União Soviética até seu colapso.
Países como Estônia e Polônia pediam aos aliados da UE que adotassem uma postura mais firme contra Putin, algo evitado por França, Alemanha, Itália e a Grécia, que estimulavam a aproximação econômica com Moscou.
“Durante muito tempo a Europa construiu uma estratégia de aproximação da Rússia, de comprar energia da Rússia (…) Pensávamos que isto evitaria uma guerra”, declarou. Marin acrescentou achar que essa estratégia se mostrou “completamente equivocada”.
Mais armas
O Ocidente começou a ter dificuldades para atender à demanda ucraniana por mais armas. Os estoques militares dos Estados Unidos e seus aliados europeus estão diminuindo, e a Ucrânia enfrenta uma necessidade crescente de armas mais sofisticadas à medida que a guerra se arrasta.
Os membros da Otan já enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos – médicos ou de telecomunicações – para a Ucrânia, mas o país pede mais recursos de defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças russas.
Depois de equipar a Ucrânia com os foguetes de longo alcance conhecidos como HIMARS, que permitiram que as forças de Kiev atingissem alvos críticos para retomar território capturado pela Rússia, os Estados Unidos estão considerando enviar uma nova arma: a Ground-Launched Small Diameter Bomb, que também é conhecida por uma sigla, GLSDB, e se traduz como “bomba de pequeno diâmetro lançada do solo”.
As bombas são pequenas, baratas e têm alta precisão. O Pentágono está considerando uma proposta da Boeing para fornecer o equipamento, que pode ser instalado em foguetes – disponíveis em abundância –, e permitiriam que Kiev atingisse alvos bem atrás das linhas russas (seu alcance é de até 150 quilômetros, quase o dobro do alcance dos HIMARS).