Terça-feira, 29 de abril de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Guerra na Ucrânia: qual a realidade por trás das armas a laser declaradas pela Rússia

Compartilhe esta notícia:

Rússia afirma ter destruído um drone usando um laser. (Foto: Getty Images)

A Rússia afirma ter usado armas a laser no campo de batalha na Ucrânia, embora os EUA digam que não viram nenhuma evidência disso, e a Ucrânia tenha ridicularizado a alegação, classificando como propaganda.

Mas, afinal, o que são armas a laser e quão eficazes elas podem ser no conflito?

Yury Borisov, vice-primeiro-ministro russo responsável pelo desenvolvimento militar, disse à TV estatal que um protótipo a laser chamado Zadira estava sendo usado na Ucrânia e que havia queimado um drone ucraniano em cinco segundos a uma distância de 5 km.

Ele se soma a um sistema de laser anterior chamado Peresvet — em homenagem a um monge guerreiro ortodoxo medieval —, que pode ser usado para ofuscar satélites orbitando bem acima da Terra e impedi-los de coletar informações.

“Se o Peresvet cega, então a nova geração de armas a laser leva à destruição física do alvo — destruição térmica, eles queimam”, afirmou Borisov.
No entanto, uma autoridade do Departamento de Defesa dos EUA disse que não viu “nada que corrobore os relatos sobre uso de lasers” na Ucrânia.

Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, zombou da alegação russa, comparando-a com as chamadas “armas milagrosas” que a Alemanha nazista alegou estar desenvolvendo durante a Segunda Guerra Mundial.

“Quanto mais claro ficava que eles não tinham chance na guerra, mais propaganda havia sobre uma arma incrível que seria tão poderosa a ponto de garantir uma reviravolta”, disse ele em um discurso em vídeo. “E então vemos que no terceiro mês de uma guerra em grande escala, a Rússia está tentando encontrar sua ‘arma milagrosa’… tudo isso mostra claramente o fracasso completo da missão.”

Pouco se sabe sobre o sistema de laser Zadira, mas em 2017, a mídia russa afirmou que a Rosatom, agência nuclear estatal, ajudou a desenvolvê-lo como parte de um programa para criar armas baseadas em novos princípios da física, informou a agência de notícias Reuters.

Mas há pelo menos um país que desenvolveu uma arma a laser. No mês passado, Israel divulgou um vídeo mostrando um sistema de laser derrubando foguetes e drones.

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse que poderia derrubar drones, morteiros e foguetes por apenas US$ 3,50 por disparo.

“Pode parecer ficção científica, mas é real”, afirmou.

Mas o especialista em defesa antimísseis Uzi Rubin, do Instituto de Estratégia e Segurança de Jerusalém (JISS, na sigla em inglês), acredita que a tecnologia de armas a laser não alteraria o equilíbrio de poder no campo de batalha na Ucrânia.

“Zelensky está certo — não é uma arma milagrosa”, diz ele.

“Levaram vários segundos para derrubar o UAV (sigla em inglês para “veículo aéreo não tripulado”, mais conhecido como drone). Há maneiras muito melhores de fazer isso, usar um Stinger ou qualquer míssil antiaéreo teria sido mais barato, mais rápido e de maior alcance.”

Os lasers funcionam enviando um feixe de luz infravermelha que aquece seu alvo até que entre em combustão.

Rubin afirma que até mesmo a potência de armas a laser avançadas ainda era muito fraca para fazer uma diferença significativa no campo de batalha, e lembra que estas armas têm uma “taxa de letalidade” baixa.

“Não é como em Star Wars, em que eles apontam uma arma a laser para os vilões, rapidamente apertam um botão, e o vilão explode. Na realidade, é mais como um mero forno de micro-ondas. Se você quiser colocar um copo de água para ferver, leva algum tempo. O laser é a mesma coisa. Você precisa colocá-lo no alvo e esperar até que o aqueça e o destrua”, explica.

O laser só consegue focar em um alvo de cada vez, acrescenta Rubin, enquanto os sistemas de defesa antimísseis podem destruir vários alvos simultaneamente.

Além disso, os lasers são neutralizados pelo mau tempo porque não funcionam na chuva ou na neve e não conseguem penetrar nas nuvens.

No entanto, o “Feixe de Ferro” de Israel tem uma lógica, segundo ele, mas sobretudo como uma forma de economizar dinheiro. Os caros mísseis interceptadores do Domo de Ferro são projetados para proteger as principais cidades dos mísseis que chegam, em vez de morteiros ou drones.

Além disso, a Rússia poderia usar lasers no campo de batalha para cegar soldados ucranianos, conforme afirmou o general de brigada aposentado do exército australiano Mick Ryan ao jornal americano Washington Post, embora isso seja proibido de acordo com um protocolo de 1995 adicionado ao tratado da ONU que proíbe armas que causem ferimentos excessivos ou tenham impacto indiscriminado.

A Rússia, os EUA e o Reino Unido estão entre os países signatários do protocolo.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Pai de 8 filhos e colecionador de polêmicas: quem é Elon Musk?
Guerra e clima de incerteza no foco do Fórum de Davos
https://www.osul.com.br/guerra-na-ucrania-qual-a-realidade-por-tras-das-armas-a-laser-declaradas-pela-russia/ Guerra na Ucrânia: qual a realidade por trás das armas a laser declaradas pela Rússia 2022-05-20
Deixe seu comentário
Pode te interessar