A notícia da morte do apresentador Gugu Liberato foi confirmada na sexta-feira (22) às 21h06, horário de Brasília, pela sua assessoria de imprensa, com uma nota assinada pela família. Ele chegou vivo ao hospital, mas piorou rapidamente, segundo médico. O corpo do apresentador deve chegar até quinta-feira (28) ao Brasil.
Gugu sofreu um acidente em sua casa nos Estados Unidos, no estado da Flórida, na quarta-feira (20). Já no sábado (23), ainda no hospital, os médicos locais deram início aos procedimentos para a doação de órgãos do apresentador, conforme era sua vontade, segundo a família. A lei americana exige os procedimentos antes de emitir o atestado de óbito. A equipe médica americana informa que os órgãos doados podem ajudar até 50 pessoas.
A família de Gugu aguarda a documentação para repatriar o corpo. Isso deva acontecer na quarta (27) ou quinta-feira (28). Gugu Liberato vai ser velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e sepultado no cemitério Getsêmani, no Morumbi, no jazigo da família.
O neurocirurgião Guilherme Lepsky, chamado pela família para acompanhar o estado clínico de Gugu em Orlando, disse ao Jornal Nacional que o apresentador chegou vivo ao hospital.
“Ele tinha alguma atividade respiratória no início. Não era de início morte encefálica. Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente”, disse Lepsky.
Como foi o acidente
O acidente que causou a morte de Gugu foi na última quarta-feira (20), na casa do apresentador, localizada em um condomínio fechado nos Estados Unidos. Ele morava num condomínio em Windermere, muito próximo a Orlando, no estado da Flórida.
O apresentador estava com o filho João Augusto, de 18 anos, as filhas gêmeas, Marina e Sophia, de 15 anos, e com a companheira dele Rose Miriam di Matteo.
Conforme sua assessoria, ele subiu no forro da residência para tentar trocar o filtro do ar-condicionado quando pisou em uma parte do forro que era feita de gesso e acabou cedendo. A queda foi de aproximadamente quatro metros de altura e aconteceu na cozinha da casa.
Quem ligou para os serviços de emergência, que chegaram rapidamente, foi o filho João Augusto, mas o trajeto da casa até o hospital levou 27 minutos.
Ao chegar ao hospital foi constatada uma fratura na têmpora direita e detectado um nível 3 na escala Glasgow, que mede a atividade cerebral e vai de 0 a 15. A atividade cerebral de Gugu, portanto, já era muito baixa quando ele chegou ao local de atendimento. Pelo fato da hemorragia ser muito grande, os médicos em Orlando optaram por não fazer cirurgia.
A família de Gugu veio do Brasil, inclusive a mãe, Maria do Céu, de 90 anos, e os irmãos Aparecida e Amadio, chegando às 19h30 de quinta (21), horário de Brasília, ao hospital nos Estados Unidos.
O neurocirurgião Guilherme Lepsky disse que o apresentador chegou vivo ao hospital, mas sua condição se agravou rapidamente.
“Uma coisa é a avaliação da gravidade neurológica no momento que o paciente entra: ‘Ah, é grave, não é grave, vamos ou não vamos fazer algo’. A outra coisa é o diagnóstico da morte encefálica, que demanda tempo. Para falar que o quadro é irreversível, e a gente está falando para o futuro, a gente tem que olhar um pouquinho para o passado, para as horas que passaram, e ver se houve alguma mudança positiva no quadro neurológico”, explicou.
Segundo o neurocirurgião, a morte encefálica requer um tempo de análise, pois o o diagnóstico é “evolutivo”.
“Precisa ter um tempo de observação mínimo, que não pode ser menor do que seis horas. Isto que foi feito. Ele tinha alguma atividade respiratória no início. Não era de início morte encefálica. Ele tinha de início alguma atividade na prova de apneia, a prova que se faz. Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente e aí as provas subsequentes comprovaram isso. São feitas pelo menos duas provas, há um intervalo, aqui nos EUA este intervalo este intervalo não é limitado, pode ser feito 15 minutos depois, 20 minutos depois.”
Gugu ainda respirava sem os aparelhos nos primeiros testes, mas não respondia aos exames de reflexo profundo.
Os médicos fizeram ainda uma angiografia, embora as leis americanas não exigissem. O procedimento detectou que não havia mais fluxo de sangue para o cérebro.