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Há 20 anos, os Estados Unidos já viviam uma das suas eleições presidenciais mais apertadas e dramáticas

George W. Bush encontra o vice Dick Cheney no 11 de setembro de 2001. (Foto: Reprodução / US National Archives)

Há 20 anos, os Estados Unidos viviam uma das suas eleições presidenciais mais apertadas e dramáticas. Nas eleições realizadas em 7 de novembro de 2000, o Estado da Flórida foi o pêndulo da balança que determinou a vitória eleitoral na disputa entre o republicano e governador do Texas, George W. Bush, e o vice-presidente em exercício (governo Clinton), o democrata Al Gore.

A contagem dos votos no início do período de apuração no Estado, na época governado por Jeb Bush (irmão mais novo do candidato republicano), aparentou uma vitória com margem segura para o republicano. A Flórida, com seus 29 delegados, conferia os 270 votos necessários no colégio eleitoral para alcançar a Casa Branca. O democrata chegou a telefonar para Bush para reconhecer sua derrota e parabenizar o adversário. Horas depois, o resultado na Flórida não parecia mais claro, a margem de diferença entre os candidatos se estreitou drasticamente com a chegada dos votos de diferentes condados na apuração. Gore fez, então, um segundo telefonema para Bush, retirando sua concessão. Os democratas acionaram a Justiça e exigiram recontagem.

A decisão foi parar na Suprema Corte, que decidiu a favor de Bush e rejeitou a recontagem na Flórida. Diante da decisão do mais alto tribunal do país, Gore reconheceu sua derrota e em um discurso à nação encerrou sua campanha. Da votação até o veredicto dos ministros, os americanos passaram 36 dias sem saber quem seria seu próximo presidente. Gore venceu no voto popular, foram 48.4% contra 47.9%, mas perdeu no colégio eleitoral quando os votos da Flórida foram para Bush, num resultado apertado de 271 a 266, com uma diferença de apenas 537 votos entre os candidatos naquele Estado.

Curiosidades

1) A votação popular acontece sempre às terças-feiras: A terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro é a data oficial das eleições americanas desde 1845! Esse dia era ideal naquela época, pois, para muitos que moravam na área rural, era necessário ao menos 1 dia para chegar aos locais de votação, além de ter tempo adequado para o retorno. Assim, as votações não interferiam também os dias usados para ir à igreja nem o dia de feira.

2) Votação do espaço: No Texas, desde 1997, astronautas que estão fora do planeta Terra no período de eleição podem votar do espaço. Segundo a NASA, eles votam através de um e-mail seguro com credenciais específicas, que são mais tarde transcritas para a cédula de votação.

3) Os perdedores podem ser os vencedores: Em 2000, George W. Bush venceu Al Gore sem ter a maioria dos votos populares. Com meio milhão de votos a menos, o candidato conquistou 271 delegados no Colégio Eleitoral. Isso pode ocorrer pois o vencedor da eleição presidencial precisa ter a maioria no Colégio Eleitoral, mas não necessariamente na votação popular. Esse fato ocorreu outras três vezes na história americana: em 1824, 1876 e 1888.

4) Votos em papel: Cada Estado americano escolhe o sistema e o tipo de máquina que serão usados nas eleições, e muitos ainda têm medo que sistemas eletrônicos de votação sejam hackeados. Por isso, vários Estados optam pelo papel e usam máquinas de contagem.

5) Votado várias vezes: Em ao menos sete Estados, os eleitores podem mudar de ideia caso tenham votado antes da eleição – é permitido votar com até um mês de antecedência. O Estado permite que os eleitores mudem de ideia e troquem seus votos até três vezes antes do dia da eleição – mas apenas um voto é válido.

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