Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 20 de janeiro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Há 40 anos, em 1982, o PDS, sucedâneo da Arena, hoje PP, vencia sua primeira e última eleição direta para governador. Desde então, embora ostentando o título de maior partido do Estado, o hoje PP nunca mais venceu uma eleição para o Palácio Piratini. O relato, desde as prévias do partido, foi enviado pelo ex-governador Jair Soares, leitor atento desta coluna.
Com a palavra, o Governador Jair Soares
“Em 19 de Janeiro deste ano, transcorreram 40 anos da prévia para a escolha do candidato a Governador pelo Partido Democrático Social ( PDS ) – agremiação partidária líder da fronde conservadora de então no Rio Grande do Sul.
A inédita disputa, que até hoje não foi repetida, resultou de proposta do renomado politólogo, Professor Francisco Ferraz, ex-Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul( UFRGS ), aceita de imediato pelos três aspirantes a candidato, e homologada pela Executiva do PDS: Jair Soares, vencedor da prévia e, posteriormente, eleito pelo voto direto Governador em 15 de novembro de 1982, depois de vinte anos de eleições indiretas; Nelson Marchezan e Otávio Germano, honrados repúblicos com assinalados serviços prestados à causa pública.
Alegava-se, à época, que a consulta poderia fragilizar o partido, que os derrotados tenderiam a não se envolver com a candidatura do vitorioso, prejudicando, inclusive, o pleito ao Senado, à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa.
O que se viu foi, ao contrário, uma intensa mobilização no âmbito partidário, envolvendo filiados nas mais de três centenas de municípios que compunham, à época , o Rio Grande do Sul.
Afora cumprir a função precípua para a qual foi concebida, a escolha de Jair Soares serviu para arregimentar forças e apoios, decisivos para a conquista do Palácio Piratini em novembro daquele ano; da vaga para o Senado, na pessoa do Senador Carlos Aberto Chiarelli; de expressivas bancadas em Câmaras de Vereadores, na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados; e centenas de Prefeituras Municipais.
Nestes “tempos líquidos“ que vivemos, em que a memória tende a se tornar rarefeita, dizem alguns ,em decorrência do crescimento exponencial da ciberesfera e da velocidade das informações, impõe-se assinalar tão relevante evento político ocorrido há 40 anos.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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