Sábado, 04 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2016
Diretor-executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o Brasil e outros dez países, o economista Otaviano Canuto diz que há “margens enormes” para reduzir a sonegação fiscal no Brasil e ampliar os impostos sobre heranças, imóveis e a renda dos brasileiros mais ricos. Em entrevista à BBC Brasil, Canuto afirmou que a ascensão política dos mais pobres cria condições para a aprovação das medidas, que reforçariam o caixa do governo.
Questionado sobre quais devem ser as prioridades do governo de Michel Temer na economia, ele afirmou: “Lidar com a trajetória atual de endividamento e de déficits fiscais, tirando-as do curso de alta explosiva, e encaminhar uma série de reformas, como a da Previdência, a desvinculação de receitas e a desindexação de alguns gastos. Isso poderia iniciar a recuperação da economia brasileira ao sensibilizar agentes econômicos a desengavetar programas de recuperação do emprego, de gastos e investimentos”.
“No médio e longo prazo, uma agenda para o aumento de produtividade e de capacidade de crescimento da economia brasileira. Destaco a retomada do programa de concessões e o aumento da participação privada nos serviços de infraestrutura e investimentos. Também a revisão do sistema tributário, particularmente itens que são complexos e custosos até para cumprir com eles, caso do ICMS e do PIS-Cofins”, acrescentou.