Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2015
O agente do FBI (a polícia federal norte-americana) Mark Hurley descreveu nessa segunda-feira uma entrevista com Chris Roberts em 15 de abril no aeroporto de Syracuse, nos Estados Unidos, logo depois de ele ter sido detido em um voo da United Airlines por causa de um tweet suspeito. Roberts, no Twitter, sugeriu ser capaz de fazer cair as máscaras de oxigênio da cabine de passageiros apenas hackeando uma caixa eletrônica situada embaixo de seu assento.
Hurley diz que Roberts “hackeou o avião por meio do sistema de entretenimento a bordo, segundo a emissora CNET. Ele afirmou, em seguida, que substituiu código no Thrust Management Computer (computador de gerenciamento de empuxo) enquanto a bordo de um voo. Roberts garantiu que comandou com sucesso o sistema que tinha acessado, de modo a emitir o comando “climb”, que faz o avião subir. Ele afirmou que, assim, fez com que um dos motores do avião “subisse”, resultando em um movimento lateral da aeronave durante um voo.
Ele também relatou ter usado o software Vortex após ter comprometido e hackeado as redes digitais da aeronave. Roberts usou o software para monitorar o tráfego a partir do sistema do cockpit”. O hacker nega a alegação específica de que interferiu naquele voo da United.
Casos
Ele admitiu, no entanto, à revista norte-americana Wired que já se infiltrou em redes durante voos em torno de 15 vezes, unicamente para fins de observação. Roberts afirmou que a última vez que ele havia acessado o sistema de entretenimento a bordo de uma aeronave tinha sido em alguma ocasião “em meados de 2014”. Cada incidente supostamente envolveu assentos com um monitor de vídeo na parte de trás dos assentos logo à frente.
Quanto à sugestão do FBI de que ele fez um avião voar para o lado, Roberts declarou à Wired que “os federais destacaram um parágrafo dentre uma série de discussões e muitas reuniões e notas, tendo apenas escolhido um em oposição a muitos outros”.
Vulnerabilidade
O depoimento afirma que, em suas discussões com o FBI, Roberts “informou que ele havia identificado as vulnerabilidades no sistema IFE (In-Flight Entertainment) em aviões Boeing modelos 737-800, 737-900, 757-200 e Airbus A320”.
Um novo relatório do órgão responsável pelas avaliações e investigações do Congresso norte-americano identificou o perigo como uma das várias deficiências de segurança cibernética emergentes que a Federal Aviation Administration (Administração de Aviação Federal, em português) precisa resolver, à medida que os sistemas de controle de tráfego aéreo migram para uma próxima geração tecnológica.