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Política Hacker omitiu à Polícia Federal relatos que fez sobre Bolsonaro e militares durante sessão da CPMI e vai depor novamente nesta sexta

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Delgatti já havia prestado depoimento à PF nesta semana. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O hacker Walter Delgatti Neto omitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (16) informações que revelou nessa quinta (17) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Extremistas.

Além dos R$ 40 mil que disse ter recebido de Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Judiciário, ele mencionou no depoimento à PF que recebeu da deputada o texto de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Não constam do depoimento de Delgatti à PF, segundo fontes, os pontos que ele falou à CPMI:

*Menção sobre Bolsonaro ter prometido a ele um indulto caso fosse preso por ação contra urnas eletrônicas;

*Menção sobre promessa de emprego feita por parte da Zambelli na campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro;

*Menção sobre grampo no ministro Alexandre de Moraes, do STF;

*Menção sobre o marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, na campanha ter pedido um “código-fonte” fake para apontar fragilidade nas urnas. Ele nega;

*Menção sobre ter orientado servidores do Ministério da Defesa na elaboração de relatório sobre urnas.

Sobre tudo isso, e outros detalhes dados a CPMI, Delgatti será inquerido no novo depoimento marcado para esta sexta (18) na PF de Brasília.

Fontes do STF e da PF garantem que não há nenhum indício de que o ministro Alexandre d Moraes tenha sido grampeado ilegalmente, como mencionou Delgatti à CPMI.

Depoimento 

Nessa quinta, Delgatti prestou depoimento na CPMI dos Atos Extremistas no Congresso Nacional. Ele afirmou aos integrantes que, durante uma reunião no Palácio da Alvorada com Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições de 2022, o então presidente assegurou que concederia um indulto (perdão presidencial) a ele, caso fosse preso ou condenado por ações sobre urnas eletrônicas.

“A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia”, declarou.

Ainda neste encontro, disse que, em conversa com Bolsonaro, ouviu que o entorno do então presidente já havia conseguido grampear o ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo Delgatti, na ligação, Bolsonaro teria sugerido que Delgatti Neto “assumisse a autoria” do grampo.

“Segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse.

No seu depoimento, Delgatti também comentou que assessores de Bolsonaro aconselharam a criação de um “código-fonte” falso para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude.

A proposta teria partido do marqueteiro Duda Lima em uma reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outras pessoas ligadas à parlamentar. Lima nega participação na reunião.

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