Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2023
O Hamas está tentando impedir que civis palestinos deixem o norte de Gaza, transformando-os em “escudos humanos”, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), tenente-coronel Jonathan Conricus, nesse sábado (14).
Conricus afirmou ser “preocupante” que o Hamas “tenha parado” e “tente impedir a evacuação de civis palestinos” no norte de Gaza usando mensagens, postos de controle e paradas no terreno, de acordo com relatos da mídia internacional.
Israel voltou a advertir a população para que deixe o norte da Faixa de Gaza e anunciou a morte de dois importantes líderes militares do Hamas, enquanto continua bombardeando o enclave palestino em resposta à sangrenta ofensiva do movimento islâmico, há uma semana, que deixou milhares de mortos.
No oitavo dia de uma guerra que deixou milhares de mortos, Israel anunciou a morte de dois líderes militares do Hamas: Murad Abu Murad, “responsável por uma grande parte da ofensiva mortal” contra Israel, segundo o Exército; e um “comandante da unidade ‘Nukhba’” (“elite”, na tradução do árabe), “que dirigiu o ataque contra as localidades israelenses perto da Faixa de Gaza”.
Incursão terrestre
Questionado se a evacuação sugeria que Israel estava abrindo caminho para uma incursão terrestre, e quanto tempo os militares esperariam para iniciar a ofensiva, Conricus respondeu que as FDI iriam “avaliar a situação no terreno”.
“[Precisamos] ver quantos civis restam na área. E entender quantos deles foram impedidos pelo Hamas de evacuar”, ressaltou.
“E temos visto esforços ativos por parte do Hamas para impedir a saída destas pessoas, o que considero terrível a um nível totalmente novo. E assim que virmos que a situação permita operações de combate significativas, então elas começarão”, explicou.
Ele disse ainda que os civis devem deixar a área para sua própria segurança “e retornar apenas quando lhes dissermos que é seguro fazê-lo”.
As FDI viram “um movimento significativo de civis palestinos em direção ao sul”, acrescentou Conricus, destacando que os residentes de Gaza estão “fazendo a coisa certa, saindo de uma área perigosa”.
Bombardeios em Gaza
Enquanto isso, os bombardeios letais e destrutivos contra o território palestino não param. Mais de 2.200 palestinos, a maioria civis e incluindo 724 crianças, segundo as autoridades locais, morreram na Faixa de Gaza, um território localizado entre Israel e Egito e sujeito a um bloqueio israelense desde 2006. Desse total, 324 morreram entre sexta-feira e sábado, conforme as mesmas fontes.
Mais de 1.300 edifícios na Faixa de Gaza foram completamente destruídos, informou o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
O Exército israelense confirmou, neste sábado, ter identificado “mais de 120 civis” detidos em Gaza, entre os quase 150 reféns capturados pelo Hamas, que ameaçou executá-los. Centenas de pessoas continuam desaparecidas e os esforços para identificar os corpos continuam.