Quarta-feira, 09 de outubro de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
17°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Havia candidato apoiado pelo PT mas não era filiado ao PT: quase 50 mil votantes anularam escolha para prefeito em São Paulo digitando o 13, do PT

Compartilhe esta notícia:

Outros 19 mil eleitores escolheram o número 22, do PL de Jair Bolsonaro, para anular o voto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cerca de 48,1 mil eleitores paulistanos anularam seu voto no último domingo (6) em São Paulo votando no número do PT, o 13, aponta levantamento feito pelo jornal O Globo com base no Registro Digital de Voto das urnas da cidade, disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os votos nulos, o voto no número petista só perdeu para aqueles que votaram no número “00”, cerca de 258 mil eleitores.

Diferença

A eleição em São Paulo foi a mais disputada da história da cidade e a diferença entre o primeiro colocado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), e o segundo colocado, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), foi de 25 mil votos. Ou seja, se pouco mais da metade desses eleitores que apertaram “13” na urna queriam votar em Boulos, isso seria o suficiente para que o psolista ultrapassasse Ricardo Nunes, sem levar em consideração outros votos em legendas que compunham a coligação do emedebista.

Além do número vinculado ao PT, outros 18 mil eleitores votaram “22”, que é o número do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois principais candidatos que tentaram atrair o voto bolsonarista foram Ricardo Nunes e Pablo Marçal, representados, respectivamente, pelos números 15 e 28.

Durante a campanha, é comum que os candidatos reforcem seu número na urna na reta final, sobretudo no caso de Guilherme Boulos que, embora apoiado pelo PT e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pertence ao PSOL. Em pelo menos dois debates, o candidato Pablo Marçal também citou o número errado de Boulos.

“Eu quero te pedir, antes de digitar o 13, que você está doido para fazer isso em São Paulo, digite o 28”, afirmou Marçal durante o debate da “TV Record”, realizado no dia 28 de setembro, uma semana antes da eleição.

No mesmo debate, Boulos esclareceu que o eleitor que votasse no número 13 anularia seu voto.

“O nosso número é 50, apoiado pelo PT, apoiado pelo presidente Lula”, afirmou.

A uma semana da eleição, Marçal postou o trecho nas suas redes sociais, com a legenda “Antes de votar no 13, vote 28”. Nas suas redes sociais, no início de setembro, Pablo Marçal também chegou a publicar um vídeo em que dizia que a candidata Tabata Amaral (PSB) concorria à Prefeitura com o número 13, apesar de o número correto da candidata ser o 40. Marçal foi condenado pela Justiça Eleitoral a publicar um vídeo de direito de resposta para a candidata.

“​Eu ganhei esse direito de resposta porque o Pablo inventou que meu número é 13 e não 40. A intenção dele, além de confundir o eleitor, era me chamar de petista”, afirmou Tabata.

A Zona Eleitoral onde Boulos potencialmente mais perdeu votos para o “número errado” foi em São Mateus, na Zona Leste. Lá, 1,3% dos eleitores apertaram o número do PT na urna. Situação parecida aconteceu no Jardim Helena e na Cidade Tiradentes, ambas também na periferia da Zona Leste. Nessas três zonas eleitorais, Boulos venceu a eleição, o que sugere que os “erros” ocorreram mais onde ele possuía mais votos.

Na Cidade Dutra, no extremo da Zona Sul, onde a esquerda é historicamente forte na cidade, a diferença de votos poderia ter alterado o vencedor no bairro. Lá, foram identificados 1.797 votos no número 13, o que faria com que Boulos potencialmente ultrapassasse Ricardo Nunes. Por outro lado, o menor número de votos no número 13 para anular aconteceram no distrito de Pinheiros, onde Boulos também venceu com larga vantagem, mas no Centro da cidade.

A campanha de Boulos atribuiu o número de votos no número do PT a “mentiras e fake news” de Pablo Marçal durante o primeiro turno.

“Guilherme Boulos foi vítima de inúmeras mentiras e fake news durante o processo eleitoral. A confusão de números provocada por Pablo Marçal durante os debates é apenas mais uma delas. Apesar das mentiras estamos no segundo turno e vamos vencer a eleição”, disse a equipe do psolista.

Coordenador da campanha de Boulos, o petista Rui Falcão também comentou o episódio:

“Houve uma confusão de parte de eleitores por conta do votos em vereador. A população votou 13 no vereador e repetiu a legenda no de prefeito. Agora, sem vereador, deve ficar mais fácil”, pontuou.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Ex-deputado federal bolsonarista Daniel Silveira já está em colônia agrícola, onde poderá trabalhar no cultivo de árvores
https://www.osul.com.br/havia-candidato-apoiado-pelo-pt-mas-nao-era-filiado-ao-pt-quase-50-mil-votantes-anularam-escolha-para-prefeito-em-sao-paulo-digitando-o-13-do-pt/ Havia candidato apoiado pelo PT mas não era filiado ao PT: quase 50 mil votantes anularam escolha para prefeito em São Paulo digitando o 13, do PT 2024-10-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar