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Por Redação O Sul | 19 de março de 2023
Relatórios de investigação elaborados entre 2012 e 2023 pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontam que acidentes de helicóptero – como o que aconteceu em Barra Funda (SP), em que quatro pessoas morreram – são mais letais do que acidentes com aviões.
Conforme consta em documentos disponíveis na plataforma Sipaer, que é gerenciada pelo Cenipa, sobre ocorrências que ainda estão em investigação ou que já foram encerradas pelo órgão vinculado ao comando da aeronáutica.
A relação foi estabelecida usando como base o número total de mortes sobre o número total de acidentes entre os dois perfis de aeronaves.
Os dados mostram que de 2012 para cá, 130 pessoas morreram em 212 acidentes de helicópteros em todo o país. Em linhas gerais, esses dados representam uma taxa de letalidade de 61% para esse tipo de transporte.
Já nas situações de acidentes com avião, a taxa de letalidade entre o número geral de acidentes e vítimas fatais, fica em torno de 40%. Nesse recorte, 544 pessoas morreram em 1.338 acidentes registrados. Desses acidentes de avião investigados, em 270 houve vítimas fatais (20%).
Já no caso de ocorrências envolvendo helicópteros, foram registrados 212 acidentes, sendo que em 52 deles, ao menos uma pessoa morreu (24%).
Quando o segmento da aviação é táxi aéreo, o cenário se inverte. Dentro desse panorama, no mesmo período, 62 pessoas morreram em 88 acidentes de avião (70%).
Esses acidentes estão concentrados nos estados do Pará (22), Amazonas (14) e Roraima (14), onde aviões de pequeno porte são utilizados para maior agilidade na locomoção entre áreas remotas do país.
Por outro lado, em 28 acidentes envolvendo helicópteros durante a operação de táxi aéreo, 14 pessoas morreram (50%). Esses acidentes aconteceram com maior incidência nos estados do Rio de Janeiro (11), Minas Gerais (3) e Pará (3). São Paulo registra apenas uma ocorrência fatal que já tem investigação registrada no sistema público de consulta.
O Cenipa informou que já iniciou uma investigação inicial da ocorrência, em que são “utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação”, segundo nota.
Até agora, o que se sabe, de acordo com os bombeiros, é que a aeronave bateu em um coqueiro antes de cair. Os dados deste acidente não foram contabilizados para a reportagem, pois não constam no painel público de pesquisa.