O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles convenceu o MDB a permitir sua candidatura à Presidência com a promessa de que financiaria toda a sua campanha, sem usar os fundos partidário e eleitoral. Dono de uma fortuna de R$ 377 milhões, Meirelles investiu ao menos R$ 53 milhões na empreitada, o maior valor entre os presidenciáveis, mas ficou apenas em 7º lugar, com cerca de 1,2 milhão de votos. Ou seja, gastou aproximadamente R$ 41 por voto. É o pior “custo-benefício” dos candidatos a presidente. Já o melhor desempenho foi do Cabo Daciolo (Patriota), que gastou R$ 808 e conseguiu 1,3 milhão de votos – R$ 0,0005 por voto. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias G1.
O primeiro colocado, Jair Bolsonaro (PSL), teve o segundo melhor desempenho: foram 2 centavos por voto (ele conseguiu 49 milhões de eleitores, tendo gasto R$ 1,2 milhão). Fernando Haddad (PT) e João Amoêdo (Novo), terceiro e quinto colocados na votação, gastaram ambos R$ 0,38 por voto. Ciro Gomes (PDT), que ficou em terceiro, gastou 60 centavos por voto.
Do outro lado, os piores desempenhos, depois de Meirelles, foram de João Goulart Filho (PPL), que gastou R$ 424 mil e teve 30 mil votos (R$ 14 por voto), e de Geraldo Alckmin (PSDB), que teve despesas de R$ 51 milhões – o segundo maior gasto – e ficou com pouco mais de 5 milhões de votos.
Os candidatos ainda podem atualizar as informações sobre despesas apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, essa relação entre gastos e votos de cada um não é definitiva.
Notoriedade
Daciolo ganhou notoriedade em 2011, quando liderou a greve dos bombeiros no Estado do Rio de Janeiro, durante a gestão Sérgio Cabral. A liderança do movimento rendeu 16 dias de prisão, em fevereiro de 2012. O PSOL, então, o convidou para participar das eleições de 2014, e o militar conseguiu se eleger com 49.831 votos.
Em 2015, porém, o PSOL expulsou o militar: ele havia protocolado uma proposta para incluir a frase “Todo poder emana de Deus” na Constituição. Assim, Daciolo foi para o PTdoB, atual Avante. Depois, se filiou ao Patriota – antigo PEN. A sigla, registrada em 2012 pelo TSE, nunca havia lançado candidato à Presidência. Em 2014, o partido, ainda com o antigo nome, apoiou a candidatura de Aécio Neves (PSDB), derrotado no segundo turno.
Cabo Daciolo é casado com Cristiane Daciolo e pai de três filhos. Apesar de ter feito carreira política e militar no Rio de Janeiro, ele nasceu em Florianópolis (SC) e é filho de Manoel Fonseca, coronel-aviador reformado e procurador federal da Advocacia-Geral da União, e Neuza Daciolo.