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Por Redação O Sul | 13 de junho de 2022
O Ministério da Saúde investiga 88 casos e sete mortes por hepatite misteriosa no Brasil. A doença, que atinge crianças e adolescentes, tem preocupado autoridades sanitárias do mundo, uma vez que ainda não foi identificado seu agente causador.
No País, os óbitos em investigação foram registrados no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Norte. O Ministério da Saúde também apura se há relação entre sete casos de crianças que precisaram de transplantes e a doença misteriosa.
Além dos 88, outros cinco pacientes têm maior possibilidade de ter o diagnóstico confirmado, mostra análise da sala de situação da pasta, que monitora a doença. Ainda houve 46 casos que foram descartados.
Há um caso suspeito em Minas Gerais, num bebê de 4 meses do sexo masculino, e mais dois em São Paulo, em meninas de 2 e 4 anos. Só um deles permanece internado. Entre os casos prováveis, um foi registrado no Rio de Janeiro e outro em Mato Grosso do Sul, ambos em adolescentes de 16 anos
O Ministério da Saúde define como casos suspeitos aqueles que acometem jovens de até 17 anos com quadro de hepatite aguda e diagnóstico negativo para hepatites A, B e C, dengue, zika, chikungunya e febre amarela, entre outros, e quadro que evoluiu para hepatite fulminante de causa desconhecida, de 1º de outubro a 20 de abril.
Já casos prováveis, além desses critérios, descartaram também hepatite E. Dos quadros em investigação — que aguardam a realização de exames ou resultados —, 41 são em meninas e 47, em meninos, com idades que variam de 3 meses a 6 anos.
Doença
Hepatite designa qualquer inflamação do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios).
Na maioria dos casos, a hepatite é causada por uma infecção viral, e existem diferentes vírus reconhecidos como agentes causadores da doença.
Os principais sintomas são icterícia (pele e olhos amarelados), febre, vômito e dor abdominal. A pasta alerta para sinais de hepatite fulminante, que é a insuficiência hepática aguda, com icterícia, coagulopatia (sangramentos prolongados e excessivos) e encefalopatia hepática (deterioração das funções cerebrais) em até oito semanas.
No mundo, já são 99 casos em investigação e 650 prováveis em 33 países diferentes, informa o ministério. Ao todo, nove óbitos foram notificados em Estados Unidos, México, Irlanda, Indonésia e Palestina, além de 38 transplantes.