Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2024
O Hezbollah confirmou que o comandante Fu’ad Shukr foi morto em um ataque israelense nos arredores da capital do Líbano. O ocorrido o torna a figura mais sênior do grupo a ser morta em quase 10 meses de conflito com Israel.
“Celebramos o grande líder jihadista, querido e amado irmão Fu’ad Shukr (Moshin) como um grande mártir no caminho para Jerusalém”, disse o Hezbollah em comunicado nesta quarta-feira (31).
Israel havia dito que seu ataque em Beirute na terça-feira (30) matou Shukr, a quem culpou pelo ataque de sábado nas Colinas de Golã ocupadas por Israel. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, negou qualquer envolvimento no ataque de Golã.
O líder do grupo apoiado pelo Irã, Hassan Nasrallah, emitirá uma declaração na quinta-feira (1º) no funeral de Shukr, acrescentou o comunicado: “Quanto à nossa posição política sobre este ataque hediondo e crime grave, ela será expressa amanhã pelo secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no cortejo fúnebre do líder martirizado”.
Shukr era um conselheiro de Nasrallah, de acordo com fontes do Hezbollah e o anúncio do exército israelense sobre sua morte.
O ataque israelense atingiu os subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah, ao anoitecer de terça-feira. Foi a segunda vez que a área foi atingida desde outubro, quando o Hezbollah e Israel trocavam ofensivas paralelamente à Guerra de Gaza.
O ataque a Beirute aconteceu horas antes do assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, nas primeiras horas desta quarta no Irã. O episódio alimentou ainda mais os temores de uma escalada mais ampla no Oriente Médio. O Hezbollah é um aliado do Hamas.
Governo Lula condena
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou, nesta quarta, o ataque aéreo conduzido por Israel e disse acompanhar com “extrema preocupação” a escalada de hostilidades. A gestão brasileira fez um apelo à comunidade internacional para conter o agravamento do conflito.
“O Brasil acompanha com extrema preocupação a escalada de hostilidades entre Israel e o braço armado do partido libanês Hezbollah”, diz nota divulgada na manhã de quarta pelo Palácio Itamaraty. “A continuidade do ciclo de ataques e retaliações leva a espiral de violência e agressões com danos cada vez maiores, sobretudo às populações civis dos dois países.”
A gestão Lula pediu que as autoridades israelenses e o Hezbollah se abstenham de ações que possam expandir o conflito, que pode trazer “consequências imprevisíveis para a estabilidade do Oriente Médio e a segurança internacional”.
“O governo brasileiro apela à comunidade internacional para que se valha de todos os instrumentos diplomáticos à disposição para conter imediatamente o agravamento do conflito”, finaliza a nota.