O embaixador Walther Moreira Salles: momento histórico no Palácio Piratini. (Foto: Acervo pessoal/reprodução)
Gasparotto
A semana teve comemoração especial, com audição da Ospa celebrando os 95 anos do Palácio Piratini, seguida de inauguração da mostra de coleção de fotos e algumas reproduções dos projetos para a sede do governo gaúcho. No clima dos festejos, conto outra das histórias relacionadas ao Piratini, que significa peixe barulhento no tupi-guarani.
A Legalidade, comandada por Leonel de Moura Brizola, cuja atuação foi das mais barulhentas entre os mandatários gaúchos, teve um momento muito especial. A visita do embaixador Walter Moreira Salles naquela ocasião foi marcante.
Moreira Salles veio ocultamente da fazenda de um amigo no interior de São Paulo, num voo especial e evidentemente secreto, pois as comunicações e decolagens estavam impedidas. Foi direto ao Piratini conversar com o presidente João Goulart. Tratava-se de garantir a posse do vice-presidente gaúcho, e o embaixador, assegurando seu apoio, aceitou participar do ministério na pasta da Fazenda.
Como estava sem documentos, fez uma carteira de identidade no Palácio, onde passou a noite. No dia seguinte foi para São Paulo, via Buenos Aires. Quando desembarcou no aeroporto de Viracopos, em campinas, o funcionário da alfândega olhou o documento de identidade e o cumprimentou pelo novo cargo. Ele ficou surpreso, pois achava ser ainda um segredo, conforme me confidenciou.
O elegante saguão da sede do governo gaúcho. (Foto: Ricardo André Frantz/reprodução)
O mural de Aldo Locatelli, localizado no Salão Negrinho do Pastoreio, é um dos itens de arte do local. (Foto: Wikimedia Commons/Reprodução)
O interior do Palácio, palco da história gaúcha. (Foto: Ricardo André Frantz/reprodução)