Os três blocos de pedra
Uma lenda australiana conta a história de um feiticeiro que passeava com suas três irmãs, quando se aproximou o mais famoso guerreiro da região.
– Quero casar-me com uma destas belas moças – disse.
– Se uma delas casar, as outra vão se achar feias. Estou procurando uma tribo onde os guerreiros possam ter três mulheres – respondeu o feiticeiro, afastando-se.
E, durante anos, caminhou pelo continente australiano, sem conseguir encontrar esta tribo.
– Pelo menos uma de nós podia ter sido feliz – disse uma das irmãs, quando já estavam velhas e cansadas de tanto andar.
-Eu estava errado – respondeu o feiticeiro. – Mas agora é tarde.
E transformou as três irmãs em blocos de pedra.
Quem visitar o Parque Nacional das Montanhas Azuis, ao lado de Sydney, poderá vê-las – e entender que a felicidade de um não significa a tristeza de outros.
O homem mais rico da Babilônia
– Para ser igual a mim é muito simples – disse o homem mais rico da Babilônia. – Basta entender que um décimo do que você ganha é seu.
– Isto não faz sentido – respondeu o rapaz. – Tudo o que ganho é meu.
– Você não paga o alfaiate? Não paga o padeiro todos os dias? Você não pode viver um dia sequer sem gastar, e o seu dinheiro é de todo mundo, menos seu.
“A partir de agora, reserve um décimo do seu salário para pagar a você mesmo. Use este dinheiro em seu benefício; não esqueça que os caminhos da riqueza são mágicos e estranhos. Se você cuidar bem deste décimo, ele um dia recompensará todos os seus esforços”.
Três golpes precisos
– Como posso saber a melhor maneira de agir na vida? – perguntou o discípulo ao mestre.
O mestre pediu que construísse uma mesa.
O discípulo cravava os pregos com três golpes precisos. Um prego, porém, atingiu um lugar mais duro, e o discípulo precisou dar mais um golpe – que enterrou-o fundo demais, e atingiu a madeira.
– Sua mão estava acostumada com três marteladas – disse o mestre. – Você confiou tanto naquilo que fazia, que perdeu a atenção e a habilidade.
“Quando a ação passa a ser apenas um hábito, deixa de ter sentido e pode terminar causando danos; jamais deixe que a rotina comande seus movimentos”.
O significado das bananas
Um amigo meu resolveu passar algumas semanas em um mosteiro do Nepal. Certa tarde, entrou num dos muitos templos da região, e encontrou um monge, sorrindo, sentado no altar.
– Por que o senhor sorri? – quis saber.
– Porque entendo o significado das bananas.
Dito isso, abriu a bolsa que carregava, tirando de dentro uma banana podre.
– Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo; agora é tarde demais.
Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde, mostrou-a, e tornou a guardá-la.
– Esta é a vida que ainda não aconteceu, é preciso esperar o momento certo.
Finalmente, tirou uma banana madura descascou-a, e dividiu-a com meu amigo.
– Esta é a vida no momento presente. Alimente-se com ele, e viva-o sem medo e sem culpa.