Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2015
A ACLU (American Civil Liberties Union) pediu que o governo trabalhe para resolver “a exclusão generalizada de mulheres diretoras” na indústria do cinema e da televisão nos Estados Unidos.
Em uma carta dirigida às autoridades federais e de direitos civis da Califórnia, a ACLU argumenta que as diretoras enfrentam “um padrão sistemático de discriminação e exclusão” que não pode mais ser tolerado.
“Hollywood não tem autonomia quando se trata de direitos civis”, disse à Melissa Goodman, advogada da ACLU em Los Angeles envolvida na campanha.
A ACLU, líder na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, acredita que o monitoramento e a pressão do governo são necessários para resolver o problema.
A carta de 15 páginas foi publicada às vésperas do Festival de Cannes, na França. O chamado à ação faz parte de meses de entrevistas e coleta de dados com 50 diretoras que, segundo Goodman, preferem permanecer anônimas por enquanto.
“De acordo com estimativas, hoje menos mulheres estão trabalhando como diretoras de cinema e televisão do que há duas décadas”, afirmou a ACLU em um comunicado.
Segundo a organização, em 2014, as diretoras foram responsáveis por apenas 7% dos 250 principais filmes do ano, dois pontos a menos em relação a 1998.
Enquanto isso, na televisão, 70 séries de televisão, cerca de um terço do total, não empregaram sequer uma mulher para dirigir seus episódios.
“O fracasso em recrutar diretoras de cinema e de televisão não pode ser atribuído à falta de mulheres qualificadas interessadas”, argumentou a ACLU.
As mulheres são “bem representadas” nas melhores escolas de cinema, e o número de mulheres estudando para ser diretoras é “quase igual” ao de homens. No entanto, as diretoras consideram “uma prática intencional e discriminatória” das empresas de cinema, redes de TV e produtores ao considerar contratá-las, disse a ACLU.
Apenas quatro mulheres foram nomeadas até hoje para o Oscar de Melhor Diretor e apenas uma venceu – Kathryn Bigelow em 2010, pelo filme “The Hurt Locker” (“Guerra ao Terror”).