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Geral Homem que detonou explosivos em Brasília fez armadilha com bomba para matar policiais

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Francisco Wanderley Luiz morreu durante o atentado na noite da última quarta-feira (13). (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O autor do ataque com explosivos na Praça dos Três Poderes nesta semana deixou um explosivo na gaveta do local onde estava hospedado, na Ceilândia, no entorno de Brasília (DF). Ele morreu durante o atentado na noite da última quarta-feira (13). O dispositivo provocou “explosão gravíssima” quando um robô antibombas foi usado para abrir o compartimento. Para a PF (Polícia Federal), Francisco Wanderley Luiz premeditou o ato ao montar uma armadilha para agentes que fariam a perícia no imóvel.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista na quinta-feira, 15, haver indícios de que a armadilha foi deixada de forma proposital.

“Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, tentarem contra um Poder do Estado, tentarem vitimar policiais. (O autor do ataque) sabia que policiais iam a sua residência e deixou lá um artefato para matar policiais que ingressariam”, disse.

A explosão foi ouvida nos arredores, segundo vizinhos. O imóvel usado pelo autor do ataque fica em uma cidade-satélite de Brasília, a cerca de 30 quilômetros da capital federal. Francisco Luiz, o Tiü França, como era conhecido em Rio do Sul (SC), morava no local há pouco mais de três meses.

Em um espelho da casa, o autor do atentado deixou mensagem com alusão aos atos de 8 de Janeiro. Ele mencionou Débora Rodrigues, a golpista que pichou a estátua da Justiça em 2023 e acabou condenada. Francisco escreveu que não se deveria desperdiçar “batom” com a estátua, mas dinamite.

A Polícia Militar levou mais de 12 horas para isolar o endereço. Pela manhã, jornalistas e a vizinhança circulavam livremente pelo local, uma pequena vila de quatro casas próximo à estação Ceilândia do Metrô. A acomodação de Luiz, composta de um quarto e um banheiro, estava repleto de destroços após a explosão provocada pelas forças de segurança.

A Polícia Federal (PF) acessou os dados do aparelho celular de Francisco Wanderley Luiz para tentar identificar quem eram seus interlocutores e se eles estavam cientes do ataque. A perícia está em andamento.

Um dos objetivos é verificar se ele mantinha relações políticas, tanto em Brasília quanto em Santa Catarina, seu Estado natal. Francisco era filiado ao Partido Liberal (PL) e chegou a se lançar candidato a vereador nas eleições de 2020, mas não se elegeu. Os peritos analisam os históricos de buscas e mensagens atrás de provas.

A extração das informações foi feita por meio de um software de última geração. Outros bens apreendidos, incluindo um trailer carregado com explosivos, também estão sendo periciados.

O relator da investigação é o ministro Alexandre de Moraes, que, segundo a ex-mulher de Francisco, era seu principal alvo. Em depoimento, ela afirmou que o ex-marido “tinha a ideia de eliminar os ministros do STF”. Disse também que acredita “sinceramente” que ele tenha agido sozinho.

Imagens obtidas pela Polícia Civil do Distrito Federal mostram que Francisco comprou fogos artifícios em uma loja regular na semana anterior ao atentado. Informações preliminares apontam que modificou o material, de maneira caseira, para potencializar o efeito explosivo.

A Polícia Federal (PF) também planeja solicitar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telemático — abrangendo registros de telefone e buscas na internet — de Francisco Vanderlei Luiz. O requerimento será formalizado nos próximos dias e está sujeito à autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são dos jornais O Dia e O Estado de S. Paulo.

 

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