Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou na segunda-feira (10) um homem que matou a tiros a ex-companheira no dia 27 de janeiro deste ano em frente ao hospital de São Francisco de Assis, na Fronteira Oeste. O promotor de Justiça César Augusto Pivetta Carlan, responsável pela denúncia, diz que o investigado, de 26 anos de idade, responde pelo feminicídio de Paola Muller, de 32 anos, por questões de gênero em si em um contexto de violência doméstica, por motivo torpe, emboscada, perigo comum e na presença do filho da vítima.
O homem também foi denunciado pela tentativa de homicídio qualificado – recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante surpresa – de um amigo da mulher, que a estava conduzindo para a unidade hospitalar. Também consta na denúncia descumprimento de medidas protetivas de urgência e ameaça contra a mãe de Paola. O MP-RS pediu ainda reparação mínima de danos causados ao filho da vítima, no valor de R$ 100 mil, além de mais R$ 10 mil para cada uma das outras vítimas (o amigo e a mãe de Paola).
O crime
A vítima foi assassinada porque o ex-companheiro estava descontente com decisão judicial de 22 de janeiro, cinco dias antes do crime, em que perdeu a guarda provisória do filho de seis anos de idade. A mulher tinha medida protetiva do dia 23 de janeiro contra o seu ex-companheiro, que premeditou o delito. Na manhã de 27 de janeiro, ele foi até a casa de Paola em uma moto e encontrou ela na carona do carro de um amigo, responsável por conduzi-la justamente por questões de segurança.
O criminoso desceu da moto e disparou seis tiros contra a mulher. Ela foi socorrida e levada para um hospital, mas o homem seguiu o carro e, na frente da instituição de saúde, atirou mais seis vezes contra Paola. Ela morreu no local e ele, após fugir do local, foi preso posteriormente. As câmeras de segurança do hospital gravaram o crime.
Medidas
De acordo com a promotora de Justiça Carolina Reinheimer, com atuação no combate à violência doméstica, providências foram adotadas para coibir feminicídios e demais crimes contra a mulher que tenham como motivação questões de gênero. Segundo ela, um deles é buscar adesão ao Projeto Fale com Elas, que promove a aproximação com as vítimas na região de São Francisco de Assis a fim possibilitar maiores esclarecimentos acerca dos seus direitos. Também foram realizadas reuniões com o Poder Judiciário, com a Polícia Civil e com a Brigada Militar para ajustar questões práticas para inclusão dos réus no Programa de Monitoramento do Agressor e ainda para dar mais efetividade às medidas protetivas.
“Sobre a morte de Paola, a barbárie foi tamanha que o crime repercutiu inclusive nacionalmente. Posso afirmar com convicção que esse crime mostra o que há de pior na sociedade, considerando a existência de algumas manifestações em postagens nas redes sociais defendendo a prática do feminicídio, o que não pode ser de maneira nenhuma admitido. Esse crime acendeu mais um alerta, de que não podemos ignorar os altos índices envolvendo violência doméstica”, diz Carolina Reinheimer. As informações são do MP-RS.