Um jovem brasileiro de 21 anos foi atacado por um golpe de flecha na madrugada de sábado (27) enquanto tentava atravessar a fronteira entre a Guiana e o Brasil. A flecha ficou cravada do pescoço da vítima, que procurou socorro médico em Bonfim, cidade brasileira no Norte de Roraima.
Segundo a Polícia Militar, o rapaz estava em uma festa na cidade de Lethem, na Guiana. A cidade é separada de Bonfim pelo Rio Tacutu. Todas as noites a fronteira entre a Guiana e o Brasil é fechada, mas apesar do bloqueio, o jovem tentou atravessar utilizando uma ponte que liga os dois países. Mas enquanto fazia a travessia, foi atingido por uma flecha na região do pescoço.
Apesar de ferido, ele conseguiu pedir socorro no hospital da cidade brasileira. Procurado, o Itamaraty informou que não tem informações sobre o ataque ao brasileiro e só soube do ocorrido através da imprensa.
A polícia de Bonfim informou que duas flechas foram disparadas, mas apenas uma atingiu o homem. Para a PM, o brasileiro disse que não soube identificar a origem do ataque. Depois de receber atendimento médico, a vítima foi transferida para o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, distante 125 km.
O governo de Roraima informou que o jovem já passou por exame radiológico e procedimento cirúrgico. A flecha foi retirada do pescoço do rapaz e ele segue em observação.
Bilionário
Se não fosse pelo paletó e o nome conhecido mundo afora, talvez o bilionário Carlos Wizard Martins, de 62 anos, passasse despercebido ao caminhar pelo Posto de Triagem da operação Acolhida, principal estrutura destinada a assistir venezuelanos recém-chegados a Boa Vista (RR). É sua rotina há nove meses.
Missionário mórmon da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que frequenta desde a juventude, ele foi designado junto com a esposa, Vânia Martins, 60, a participar de ação humanitária no estado. Mudou-se em agosto passado e se divide entre constantes viagens a São Paulo, para cuidar dos negócios pessoais, e Brasília, onde dialoga com o governo federal sobre a migração venezuelana.
O principal trabalho que faz em Roraima é relacionado à interiorização de venezuelanos. Ele encabeça um grupo de voluntários que atua na transferência de imigrantes recém-chegados a outras partes do país e também articula empregos nas cidades de destino. Desde abril de 2018, seu grupo já levou 25% do total de venezuelanos interiorizados pela operação Acolhida, criada em fevereiro de 2018 para lidar com o fluxo migratório de venezuelanos em Roraima.
As viagens são feitas em voos comerciais a custo zero desde o ano passado, graças a um acordo que ele próprio costurou com as companhias Latam, Azul e Gol que prevê uso de assentos desocupados. No mês passado, 525 venezuelanos viajaram dessa forma.
“Diariamente levamos as pessoas ao aeroporto. Temos uma equipe de apoio e às vezes levamos pessoas até no meu carro”, explicou o bilionário, que já visitou 45 países, mas nunca esteve na Venezuela e pela primeira vez atua diretamente no acolhimento de refugiados.
“Minha rotina é simples. Nós recebemos as famílias, cadastramos, identificamos pessoas em outras partes do país que possam acolhê-las, trabalhamos com as empresas aéreas e acompanhamos essas famílias até o aeroporto. Enquanto a família não chega lá no seu destino, a gente se preocupa com ela.”