Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2024
Homens com hiperplasia (aumento) benigna da próstata (HPB) têm uma nova alternativa de tratamento mais acessível. O procedimento utiliza injeções de vapor de água, dura cerca de cinco minutos e não requer anestesia geral.
Conhecido como Rezum, o tratamento foi introduzido no País no ano passado e mais hospitais começam a oferecê-lo para tratar a condição, caracterizada pelo aumento da próstata não relacionado ao câncer e comum em pacientes de meia-idade e idosos – a partir dos 50 anos, cerca de 50% dos homens apresentam o quadro, de acordo com o urologista Ricardo Vita, membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
A HPB ocorre com a proliferação de células na região da próstata e, em muitos casos, pode levar ao registro de obstrução do canal urinário. Assim, a condição provoca dificuldade para urinar, jato de urina fraco ou entrecortado e a sensação de que a bexiga nunca está completamente vazia.
Além disso, pode causar uma vontade frequente ou urgente de urinar e a necessidade de acordar várias vezes durante a noite para ir ao banheiro, afetando negativamente a qualidade de vida do paciente. Em casos mais avançados, leva à necessidade do uso de sonda.
Carlo Passerotti, urologista e coordenador do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, conta que os tratamentos tradicionais para HPB são o medicamentoso e o cirúrgico. Alguns pacientes precisam de ambos.
Para o medicamentoso, são usados dois tipos de fármacos no Brasil: um relaxa a próstata para facilitar a micção e o outro faz a próstata murchar. Mas há alguns efeitos colaterais, principalmente disfunção erétil, perda da ejaculação e hipotensão postural (tontura por queda de pressão). Como não tratam a causa, os remédios podem ser necessários indefinidamente.
Quanto à cirurgia, existem vários tipos, desde os mais invasivos, como a prostatectomia aberta, até os menos invasivos, com uso de laser. Entre os riscos associados a esses procedimentos estão o sangramento durante ou após a cirurgia, ejaculação retrógrada (o sêmen é ejaculado para trás ao invés de sair através do pênis) e a possível perda da capacidade de manter uma ereção.
Entre as desvantagens está o fato de que o tratamento não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, seu custo varia entre R$ 16 mil e R$ 17 mil e planos de saúde não são obrigados a oferecê-lo.