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Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2020
Com o auxílio do Exército, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) iniciou nesta quinta-feira (27) a entrega de uma nova remessa de anestésicos e relaxantes musculares – o chamado “kit intubação” – para 77 hospitais de 67 municípios de todas as regiões do Rio Grande do Sul. O lote abrange 34 mil medicamentos fornecidos a pacientes com dificuldades respiratórias por causa do coronavírus, internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).
A remessa é composta por Dexmedetomidina (8.905 unidades), Rocurônio (9.640), Suxametônio (6.660) e Midazolam (8.650). O Palácio Piratini prevê que a distribuição prossiga até a próxima segunda-feira (31), por meio do 4º Grupamento Logístico do CMS (Comando Militar do Sul), sediado em Porto Alegre.
Os lotes foram comprados pelo Ministério da Saúde e enviados ao Estado, que definiu as instituições contempladas e a quantidade de itens para cada cidade. Essa decisão é tomada com base em informações fornecidas pelos próprios hospitais, por meio do preenchimento semanal de um formulário on-line, e organizada para priorizar instituições com estoques baixos ou mesmo zerados.
Essa é a terceira vez em que os medicamentos são enviados aos hospitais com apoio das Forças Armadas, desde julho, quando se constatou o risco de escassez e desabastecimento. Somando-se as duas entregas anteriores, a Secretaria Estadual da Saúde já encaminhou mais de 150 mil unidades de anestésicos e relaxantes musculares.
A titular da pasta, Arita Bergmann, ressalta que a responsabilidade pela aquisição desses remédios é dos próprios hospitais: “Diante da pandemia e da dificuldade de compra desses insumos em todo o País, entretanto, buscamos alternativas de aquisição, a fim de manter os pacientes graves assistidos”.
Em todo o Estado, nesta semana, havia apenas seis leitos de UTI bloqueados por falta de medicamentos (dois em Frederico Westphalen e quatro em Parobé). Essa remessa de sedativos liberou tais unidades para atendimento de pacientes que necessitam de cuidados especiais.
Precaução
Em julho, os hospitais começaram a relatar dificuldades na aquisição desses medicamentos. A secretária Arita começou a fazer contatos com o Ministério da Saúde, parlamentares estaduais e federais e diversas entidades, no sentido de buscar alternativas.
Para garantir os estoques até que a situação seja normalizada, o governo do Estado aderiu ao pregão via SRP (Sistema de Registro de Preços), aberto pelo Ministério da Saúde. Além disso, o Estado está realizando um processo de compra de medicamentos.
Uma das medidas tomadas foi a criação de uma parceria com o CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) e com o Cosems (Conselho de Secretarias Municipais da Saúde) para doação de itens liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que podem ser usados tanto em animais quanto em humanos.
A SES conta ainda com apoio do Conasems (Conselho de Secretários Estaduais da Saúde) e do CRF (Conselho Regional de Farmácia), dentre outras instituições, para a resolução do problema. Outra iniciativa da SES foi a de orientar os hospitais a seguirem uma conduta de racionalização no uso dos estoques disponíveis e suspensão de cirurgias e procedimentos eletivos que utilizem os medicamentos do kit intubação para sedação dos pacientes.
(Marcello Campos)
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