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Carlos Roberto Schwartsmann Hospitais: Um dia a conta iria chegar!

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Porto Alegre permitiu fechar sete hospitais nos últimos 30 anos. (Foto: Geovana Albuquerque/SES-DF)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Segundo relatos na história, a primeira intenção de agregar doentes, no mesmo lugar remota ao antigo Ceilão (450 a.c.) atual Sri Lanka.

No mundo ocidental coube aos romanos erguerem locais chamados “Valetudinárius” para cuidar de soldados feridos nos campos de batalha.

O nome hospital vem do latim “Hospitalis” que significa lugar de hospitalidade, de abrigo e refúgio.

Na idade média comandada por religiosos e sacerdotes os nosocômios se expandiram. Apareceram os mosteiros onde os pacientes, além da assistência religiosa, recebiam os cuidados terapêuticos disponíveis da época.

A Santa Casa de Misericórdia de Olinda foi o primeiro hospital construído no Brasil em 1540.

No Rio Grande do Sul, em 1803, o Irmão Joaquim do Livramento conseguiu concessão real para construir na nossa capital, uma cópia da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa.

Segundo ele, o lugar, elevado na colina, era calmo, arejado e afastado da cidade para evitar contágios.

Hoje o Hospital virou “Complexo Hospitalar” com mais de 7.000 funcionários e se encontra bravamente enfrentando a COVID-19.

Lamentavelmente esta história, de sucesso e perseverança, não aconteceu com outros hospitais da nossa Capital.

Porto Alegre permitiu fechar sete hospitais nos últimos 30 anos. Entre eles, ainda de pé, mas vazios, estão a Beneficência Portuguesa e o Parque Belém.

Na história recente somente três cidades no mundo perderam seus hospitais. Na segunda guerra Dresden foi destruída em fevereiro de 1945 por forças aliadas. No mesmo ano um B-29 “Enola Gay” liberou a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki e desintegrou as cidades.

Nós nunca tivemos uma guerra de verdade.

Talvez, agora, seja a primeira contra um inimigo invisível!

Nossos governantes não evitaram o desaparecimento destes hospitais argumentando investimentos incertos e, principalmente, de pouco retorno político.

Na Copa do Mundo no Brasil gastamos, para construção e reforma de 12 estádios de futebol, 8,4 bilhões de reais segundo balanço final do governo federal em 2015.

Hoje, na urgência, transformamos estádios de futebol em hospitais!!

E, como era de se esperar, já foram até desativados.

Realmente a prevenção nunca foi o nosso forte.

Um dia a conta iria chegar!!

Pena que é agora!

 

Carlos Roberto Schwartsmann

Médico, Professor Titular UFCSPA e Santa Casa

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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