Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2024
Um dos maiores centros de transplantes do Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realizou 57 transplantes de órgãos. O número é 23% maior que o do mesmo período no ano passado, quando foram registrados 46 procedimentos. E assume significado especial em meio às atividades alusivas ao Dia Nacional do Doado de Órgãos e Tecidos, celebrado nesta sexta-feira, 27 de setembro.
Para a tradicional instituição da capital gaúcha, a data é fundamental ao contribuir para a disseminação de informações sobre o assunto e, consequentemente, para a sensibilização das pessoas em relação à causa. Ou seja: refletirem sobre a possibilidade de serem doadoras e comunicar tal decisão à família.
De janeiro a agosto, 329 operações da modalidade foram realizadas no Hospital de Clínicas. A lista incliu 132 procedimentos de córneas e 108 de rins. O Banco de Tecidos da instituição também tem auxiliado de forma significativa para a redução da fila para transplante de córneas – cerca de 30% das cirurgias desse tipo no Rio Grande do Sul são realizadas no HCPA.
Estes números só são possíveis graças à adesão de que manifesta a sua vontade e conta com seus familiares para garantir que a doação acontecesse. Há dez anos, Kennya Mello Ilaria teve o seu desejo de ser doadora de órgãos respeitado ao falecer, com apenas 13 anos – ela já havia firmado um acordo verbal com a família.
“Eu não tive dúvidas do que fazer, pois ela já tinha comunicado a mim e aos irmãos que queria ser doadora”, explica Roselaine Santos Mello, mãe de Kennya.
Outra operação é a chamada “doação intervivos”, possível para rins, fígado e pulmões. Esse procedimento é previsto pela legislação e permite, por exemplo, que um parente doe parte do seu fígado a outro.
Foi o que aconteceu com Maria Eduarda Barragana Astrada, que no início de agosto recebeu um transplante com tal característica. O doador é seu tio materno Anderson Botelho Peres.
O tratamento foi realizado devido a uma doença genética, diagnosticada tardiamente. “Em ambos os casos, a empatia e o amor foram essenciais para que outras pessoas tivessem uma segunda chance”, ressalta a direção do Hospital no site hcpa.edu.br.
Atuação-chave
No Hospital de Clínicas, uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) é responsável por ações de estímulo. Também desenvolve uma série de atividades fundamentais para que o processo seja viabilizado.
O processo de doação de órgãos e tecidos envolve diferentes etapas e cabe a este colegiado a realização de busca ativa por potenciais doadores, além de trâmites envolvendo diagnóstico de morte encefálica, obtenção de documentos, busca do consentimento da família, organização logística e a a própria remoção dos órgãos e tecidos. Trata-se de um conjunto de protocolos que precede o transplante em si.
(Marcello Campos)