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Hospital de Clínicas de Porto Alegre usa, pela primeira vez, técnica cirúrgica para tratamento de deformidade congênita do tórax que aflige crianças e adolescentes

O chamado tórax afundado pode trazer problemas respiratórios ou no coração. (Foto: Divulgação/HCPA)

O Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre usou pela primeira vez uma técnica cirúrgica para tratamento de uma deformidade congênita do tórax que aflige crianças e adolescentes. O chamado tórax afundado (pectus excavatum) pode trazer problemas respiratórios ou no coração, e também causar danos psicológicos importantes por causa da questão estética.

A chamada cirurgia de Nuss foi realizada em um menino de 13 anos, com o auxílio do cirurgião pediátrico do Hospital da PUC de Campinas, Gilson Sawaya. Em vez de um grande corte na região anterior do tórax, foram realizadas pequenas incisões na lateral do corpo. Além disso, não foi necessário remover cartilagens costais, nem causar a fratura e deslocamento anterior do osso esterno, como era feito até então.

“Saímos de uma técnica tradicional para uma menos invasiva, onde são necessários menor tempo de internação e retorno mais rápido às atividades usuais”, comemora o coordenador da Cirurgia Torácica Infantil do HCPA, professor José Carlos Fraga. Na nova técnica, o tempo da cirurgia caiu de seis para cerca de duas horas, e os dias de internação, de dez para três a cinco dias.

O passo seguinte da cirurgia foi a colocação de uma barra metálica por trás do esterno, que é moldada ao corpo do paciente e usada para levantar o osso e as cartilagens deformadas. A inserção é monitorada através de videocirurgia (videotoracoscopia). Ela permanece no tórax por alguns anos, ajudando a moldar o novo formato do corpo.

Entretanto, esta barra não é custeada pelo SUS. Por isso, a equipe do Serviço de Cirurgia Pediátrica está elaborando um projeto de pesquisa para arrecadar recursos junto aos órgãos de fomento de pesquisa para custear as barras e, assim, realizar novos procedimentos. “Esse projeto terá uma parte social importante, pois pode ajudar a quem não tem condições de custear o tratamento”, explica a chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do HCPA, professora Paola Isolan.

A técnica já era empregada em alguns hospitais e foi usada pela primeira vez pelo Serviço de Cirurgia Pediátrica no Hospital de Clínicas no dia 6 de dezembro. O Serviço de Cirurgia Torácica já realiza o procedimento através de convênios e privados em outros casos de adolescentes e adultos. Confira o antes e o depois da cirurgia de Nuss.

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