O Procon decidiu investigar o hospital que impediu que o pai acompanhasse o nascimento da filha. O caso chamou a atenção de internautas em todo o Brasil na última semana, após Gabriel Alves, 22 anos, postar vídeo em que registrou a maneira como foi barrado pela médica plantonista da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos dos Goytacazes, no Rio.
A unidade de saúde tem 15 dias úteis para apresentar sua defesa e, se os argumentos não forem aceitos, será autuada.
De acordo com o Procon, “a situação fere a dignidade da pessoa humana do pai, que foi privado do momento único do parto; da mãe, que teve negado o direito ao acompanhante em um momento de fragilidade física e emocional; e do próprio bebê, que não pôde ter contato com o pai no instante do nascimento”, conforme diz o comunicado divulgado pela autarquia.
A autarquia quer avaliar se, de fato, a instituição restringe a presença de acompanhantes durante o parto.
Relembre a história.
O desabafo de Alves comoveu as redes sociais. No Facebook, o pai de primeira viagem lamentou ter sido impedido de assistir ao parto da filha, Safira. Com um vídeo, o jovem estudante de engenharia mecânica mostrou a reação da médica diante da sua insistência: em mãos, ele tinha a Lei do Acompanhante, que deveria garantir a sua presença na maternidade.
Mesmo assim, ele só conseguiu ficar com a namorada e o bebê quando a polícia interferiu e, assim, o acompanhou. Ele relatou a experiência de ter perdido a chance de realizar seu sonho de ver a filha nascer.
“Minha filha só nasceu uma vez. Isso tiraram de mim, mas pelo menos consegui ficar com elas depois. Estava muito preocupado, porque a mãe dela tem pressão alta e eu queria estar perto. Além disso, ela não tem ninguém além de mim na cidade, porque vem de outro Estado, e teria que ficar sozinha até ter alta”, conta o pai, aliviado após mãe e filha terem alta. (AG)