Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2020
Foi decretado estado de calamidade pública pelo governo estadual e os efeitos econômicos da medida no setor hoteleiro já aparecem
Foto: ReproduçãoEm meio a um cenário global de combate à expansão da pandemia de coronavírus, uma série de empresas e ramos de atuação já sentem em Porto Alegre os desdobramentos das medidas restritivas em âmbito municipal e estadual, a exemplo dos decretos de calamidade pública que atingem diretamente o funcionamento de uma série de atividades econômicas. Com o segmento hoteleiro não é diferente.
De acordo com um levantamento realizado sob encomenda da direção do SHPOA (Sindicato de Hotéis de Porto Alegre), estabelecimentos da capital gaúcha chegam a registrar uma taxa de ocupação de apenas 2%, algo praticamente inimaginável até pouco tempo atrás. A entidade acrescenta que algumas empresas estão aguardando apenas que os atuais hóspedes façam o “check-out” para então suspender as atividades.
“Decretar calamidade pública era inevitável”, concorda o presidente do SHPOA, Carlos Henrique Schmidt. “Diante de situações drásticas, precisamos de medidas urgentes para que possamos vencer esse período. No entanto, os impactos ao segmento hoteleiro são preocupantes. O momento exige muita resiliência por parte dos gestores para que, após toda essa turbulência, possamos nos reestruturar.”
Foram entrevistados os responsáveis por 12 estabelecimentos de diferentes bairros de Porto Alegre. A mesma pesquisa também aponta que alguns hotéis da cidade estão indicando hóspedes, uns para os outros, a fim de agilizar o processo de suspensão de atividades.
No empreendimento que possui a taxa de ocupação mais alta (cerca de 30%), a solução encontrada momentaneamente para enfrentar a crise econômica foi a implementação de tarifas especiais. “Alguns hotéis estão fazendo preços promocionais para sobreviver durante esse período, outros estão suspendendo as atividades”, corrobora o dirigente.
Schmidt avalia que o momento é bastante delicado e exigirá altas doses de criatividade e dedicação por parte dos empresários do segmento: “Alguns estão oferecendo, inclusive, preços especiais para os profissionais da área da saúde. Mesmo durante uma crise como esta, ter consciência social é vital.
Realismo e otimismo
Por fim, ele manifesta uma combinação de realismo com otimismo, necessária para seguir em frente, e faz um apelo aos consumidores: “O nosso turismo está sentindo tudo isso na raiz, por esse motivo pedimos que as pessoas não cancelem as suas viagens. Apenas as transfiram, pois a situação irá melhorar”.
(Marcello Campos)