O jornalista Roberto Cabrini disse que houve manipulação na morte de Ayrton Senna. “Houve manipulação na morte de Ayrton Senna. Ele tinha conversado comigo antes, e eu nunca tinha o visto tão tenso”, declarou em uma entrevista ao site UOL. O piloto brasileiro morreu no dia 1° de maio de 1994, em um acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itália.
Na entrevista, Cabrini retratou detalhes de como foi a despedida de um dos principais ídolos da história do Brasil e o fim da convivência dele com o piloto. O repórter tinha como missão seguir os passos de Senna.
“Eu tive o feeling de que não tinha salvação. Foram cinco boletins médicos que eu fiz ao vivo, onde a situação de gravidade ia aumentando”, disse Cabrini, lembrando do momento de tensão.
“Eu pude me preparar. E pensei: ‘Eu vou anunciar a morte de um ente querido de novo’. Por outro lado, eu sabia que não podia perder a precisão das informações. Eu tinha que ser profissional. Claro que eu estava impactado. Tinha uma relação muito importante com o Ayrton. Mas eu sabia que tinha uma missão ali”, desabafou o jornalista, muito emocionado.
Ele também revelou como deu a triste notícia: “Não podia ser essencialmente frio, porque seria uma forma de não demonstrar o respeito e apreço. Então, tínhamos que ter a combinação com os dois fatores. E as pessoas reconhecem que a minha frase ‘morreu Ayrton Senna da Silva, uma notícia que a gente jamais gostaria de dar’ foi uma frase muito correta, virou algo simbólico do que estávamos perdendo”, concluiu o jornalista e amigo de Senna.
Prost
O ex-piloto francês Alain Prost afirmou, em entrevista à agência de notícias AFP, que até hoje a sua vida está ligada a Ayrton Senna. “Não há um momento sequer em que, se alguém fala em Prost, não mencione Senna, e vice-versa. Não apenas minha carreira, mas também minha vida está ligada a ele. Vivo com ele há uns 30 anos”, disse Prost.
Tetracampeão da F-1 (1985, 1986, 1989 e 1993), Prost foi companheiro de equipe e rival de Senna, tricampeão da categoria (1988, 1990 e 1991).
Ao falar sobre como a sua rivalidade com Senna marcou a história da F-1, o ex-piloto disse: “Vimos todos os grandes meios de comunicação se interessarem porque havia essa batalha humana entre dois pilotos de carisma, cultura e educação diferentes. Essa rivalidade foi incrível, mas também era ligada a todo o cenário da F-1 e, lamentavelmente, a morte de Ayrton a deixou congelada no tempo”.