Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2015
Envolvido em uma série de escândalos e diante de fracos resultados financeiros em vários países, o HSBC considera vender a operação de varejo e uma parte do seu banco de investimento no Brasil no âmbito do seu novo plano estratégico, segundo o jornal Financial Times. O desinvestimento no País, conforme a publicação, faz parte do plano do banco de sair de mercados emergentes em um esforço para ser “simples e menor”.
Essa estratégia está acelerada e inclui não só venda de ativos no Brasil, mas também na Turquia, segundo informou o periódico, citando fontes que pediram anonimato. A saída de mercados emergentes vai de encontro com o direcionamento anterior, que durante anos foi seguido pelo HSBC, de ser um banco global com atuação local, de acordo com o jornal.
Considerado o maior banco europeu em valor de mercado e com presença em mais de 80 países, a instituição tem adotado uma postura mais defensiva após o envolvimento em uma série de escândalos e ter apresentado o lucro anual mais baixo dos últimos cinco anos. A filial do HSBC localizada na Suíça é personagem central de um escândalo tributário. A subsidiária teria colaborado com algumas dezenas de milhares de clientes para evitar o pagamento de impostos. No Brasil, o HSBC também está sendo investigado por suposta relação entre contas da filial suíça com o escândalo de corrupção na Petrobras.
Prejuízo – Em fevereiro, o HSBC anunciou que a filial brasileira registrou prejuízo de 247 milhões de dólares em 2014. Esse foi o pior resultado entre todas as filiais latino-americanas. A direção do banco explicou que esse prejuízo foi gerado pelo ambiente econômico desfavorável e a continuidade dos ajustes gerados pelo reposicionamento do banco no País.
Em meio ao fraco resultado no Brasil, a instituição financeira fez uma grande provisão de 640 milhões de dólares durante o 4 trimestre na América Latina, sem detalhar em qual país. Vale lembrar, porém, que várias instituições financeiras fizeram provisão ante o risco de eventual problema em empréstimos corporativos, especialmente ligados ao setor de petróleo, gás e construção. Sem a provisão, o conjunto das unidades da América Latina do HSBC teria tido lucro ao invés do prejuízo reportado. Na região, as filiais mais importantes são do Brasil, Argentina e México. (Fernando Nakagawa/AE)