O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta, encostou nos 137 mil pontos e atingiu um novo recorde nesta segunda-feira (26). O dólar também subiu. A alta nos papéis da Petrobras impulsionou o movimento, pois a empresa é uma de maior peso no Ibovespa, e acompanhou o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, em meio à escalada das tensões no Oriente Médio neste fim de semana.
No domingo (25), Israel declarou emergência e lançou ataques ao sul do Líbano após identificar uma ofensiva do grupo terrorista Hezbollah. Como a região é a mais importante produtora de petróleo do mundo, a commodity começou a semana com altas de quase 3%. Em meio ao cenário de cautela, o mercado segue otimista com a possível queda nos juros dos Estados Unidos. Na sexta-feira (23), o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse que “chegou a hora de ajustar a política (monetária)”.
A afirmação foi interpretada pelos investidores como um sinal claro de que a instituição vai iniciar um corte em suas taxas no próximo mês. Já no cenário interno, expectativa para a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC). Cotado ao cargo, ele estava em evento em Teresina (PI) nesta segunda quando foi chamado a Brasília pelo presidente Lula para ficar de “sobreaviso” em caso de indicação oficial.
Dólar
O dólar subiu 0,23%, cotado a R$ 5,4922. Com o resultado, acumulou: recuo de 2,86% no mês; r alta de 13,18% no ano. Na última sexta-feira, a moeda americana teve baixa de 1,97%, cotada em R$ 5,4794.
Ibovespa
Já o Ibovespa subiu 0,94%, aos 136.889 pontos, e renovou seu recorde histórico de pontuação, que até então era de 136.464, na última quarta-feira (21). Na máxima desta segunda-feira, o índice chegou a 137.013 pontos.
A Petrobras disparou mais de 7%. Além da alta do preço do petróleo, as ações da empresa também ganharam força nesta segunda após a decisão do Morgan Stanley de elevar a recomendação de “neutra” para “compra” dos recibos de ação (ADRs) da companhia negociados na Bolsa de Nova York (Nyse). Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 7,24% no mês; e ganhos de 2,01% no ano. Na sexta, o Ibovespa fechou em alta de 0,32%, aos 135.608 pontos.
Os mercados
No domingo (25), Israel declarou emergência e lançou ataques ao sul do Líbano após identificar uma ofensiva do grupo terrorista Hezbollah. Como a região é a mais importante produtora de petróleo do mundo, a commodity começou a semana com altas de quase 3%.
Quando tensões ocorrem em regiões que produzem e exportam o petróleo, os preços sobem pelo temor de que possa faltar produto. A alta beneficia empresas exportadoras, como a Petrobras. O problema é que essa commodity é a principal fonte de energia do mundo e serve como matéria-prima para combustíveis da maioria dos meios de transporte.
Então, altas no preço por um longo tempo, caso as tensões no Oriente Médio continuem crescendo, podem impactar a inflação, com reflexos nos transportes — que ficam mais caros — e por toda a cadeia produtiva. Apesar da troca de ataques intensos, como mostra o blog da Sandra Cohen, os dois lados calibram suas reações para evitar uma escalada maior do conflito. Ainda assim, o mercado opera com certa cautela.
O viés positivo, por outro lado, segue vindo do Fed, nos Estados Unidos, após o discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole na sexta, afirmando que “chegou a hora” de cortar os juros.
“Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte, ao passo em que progredimos mais em direção à estabilidade de preços”, disse Powell, que também garantiu que a instituição “não busca e nem recebeu bem uma desaceleração nas condições do mercado de trabalho”.
Os juros americanos estão no maior patamar em mais de 20 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano. E havia expectativa desde o início do ano para o momento em que o Fed fosse iniciar o ciclo de redução das taxas.