Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de março de 2023
Recuo também reflete, em parte, um movimento de realização de lucros após os cinco dias consecutivos de alta
Foto: DivulgaçãoO Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou a sessão desta sexta-feira (31) em forte queda. Apesar de o recuo refletir, em parte, um movimento de realização de lucros após os cinco dias consecutivos de alta marcados pelo índice, analistas afirmam que também há novos questionamentos do mercado a respeito do arcabouço fiscal anunciado pelo governo federal na véspera.
Ao final da sessão, o índice recuou 1,77%, aos 101.882 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 1,89%, aos 103.713 pontos. Apesar do resultado de hoje, o Ibovespa conseguiu fechar a semana com uma alta acumulada de 3,09%. No mês e no ano, no entanto, ainda tem perdas de 2,91% e 7,16%, respectivamente.
Impactos internos
O Ibovespa passou o dia focado em movimentos internos, com realização de lucros após cinco altas consecutivas. Além disso, os agentes de mercado ainda repercutem os detalhes do novo arcabouço fiscal brasileiro.
Segundo analistas, apesar de as novas regras terem sido bem recebidas pelo mercado em um primeiro momento, dúvidas foram levantadas pelos investidores – e também acabaram influenciando no movimento de queda do Ibovespa nesta sexta.
“Acho que a preocupação ainda é com o arcabouço fiscal. Não tanto com relação às despesas, que estão bem mapeadas no plano, mas a questão está em entender como as receitas vão subir para fazer com que esse superávit seja atingido”, disse o economista e sócio fundador da Consultoria Sarfin, Bruno Mori.
Segundo a equipe econômica, o governo pretende zerar o déficit público no ano que vem e mirar um superávit primário (receitas maiores que despesas) já em 2025.
“Alguns pontos ainda estão um pouco nebulosos nesse arcabouço, o próprio piso para investimento, por exemplo, a gente não sabe exatamente como vai funcionar. Então ainda tem uma incerteza no radar, mas também é bastante um movimento de ajuste”, afirmou o economista da Guide Investimentos Rafael Pacheco.
A proposta para substituir o teto de gastos foi apresentada pelo governo federal nesta quinta-feira (30) e tem como principal objetivo controlar o gasto público e sair do vermelho, sem tirar dinheiro das áreas que considera essenciais, como saúde, educação e segurança. Além disso, as novas regras também devem garantir recursos para investir em obras e projetos que ajudem a economia a crescer.