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Política Ida de Bolsonaro ao plenário do Supremo visa o enfrentamento político com o tribunal

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Ex-presidente foi convencido a não participar da sessão que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado. (Foto: Antonio Augusto/STF)

A decisão de Jair Bolsonaro de ir pessoalmente ao julgamento da denúncia contra ele e mais 33 acusados de tramar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de 2022 na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) foi tomada de última hora, mas vinha sendo discutida ao longo dos últimos dias entre ele e seu advogados, Celso Vilardi e Paulo Amador Cunha Bueno.

Bolsonaro esteve na primeira fileira do plenário da Primeira Turma, entre os dois defensores. Ele chegou de surpresa ao STF. Não havia dado nenhum aviso de que iria aos ministros ou ao cerimonial do tribunal.

Oficialmente, os advogados dizem que a ida do ex-presidente ao julgamento é uma forma de demonstrar indignação contra a denúncia de que ele é objeto.

“Ele veio para que saibam que ele irá enfrentar essa injustiça de maneira corajosa e honrada”, disse por mensagem Cunha Bueno.

Na prática, o que Bolsonaro quer é criar um fato político que gere algum constrangimento aos ministros que vão julgá-lo – além, é claro, de mobilizar seus apoiadores não só contra o Supremo, mas também pela anistia aos réus do 8 de Janeiro.

Sentado na primeira fileira do plenário, Bolsonaro tem como encarar diretamente os ministros. Pode, ainda, dar declarações na saída das sessões, que inevitavelmente gerarão cortes que devem se multiplicar nas redes sociais.

E já começou a fazer isso. Do plenário, o ex-presidente tuitou: “Brasil e Argentina no campo hoje às 21h no Monumental de Nuñez. Vamos torcer pelos nossos garotos voltarem com a vitória. Já no meu caso o juiz apita antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só”.

Nos últimos dias, o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fizeram um périplo por lives, podcasts, rádios e TVs, para dar a sua versão dos fatos. Ao último deles, o Inteligência Ltda, o ex-presidente levou uma lista de pontos em sua defesa, que leu no detalhe. Foi junto com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse que está com Bolsonaro “até debaixo d’água”, e teve a participação on-line de Eduardo, diretamente dos Estados Unidos.

Nos bastidores, os advogados de defesa admitem esperar que a denúncia seja aceita pelos cinco ministros da Turma por unanimidade. E até aliados de Bolsonaro acreditam que a única esperança para escapar de uma condenação é conseguir reverter o clima político (que hoje não favorece nenhuma mudança de posição do STF) para tentar conseguir uma reversão das sentenças do Supremo.

Nesse contexto, a pressão de Eduardo via Estados Unidos, assim como o comparecimento de Bolsonaro ao julgamento têm a mesma finalidade — enfrentar o Supremo na única arena que ainda resta, a política. Se, ao final do julgamento, a estratégia não der resultado, pelo menos o ex-presidente terá imagens e um discurso para reforçar a narrativa de que está sendo perseguido e alijado da disputa em 2026 por ser “muito viável”, como definiu Tarcísio de Freitas.

Não é uma estratégia nova para ex-presidentes acusados de crimes. Mas pelo jeito Bolsonaro acredita que, como já funcionou antes, não custa tentar. (Com informações de Malu Gaspar, no jornal O Globo)

 

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https://www.osul.com.br/ida-de-bolsonaro-ao-plenario-do-supremo-visa-a-enfrentamento-politico-com-o-tribunal/ Ida de Bolsonaro ao plenário do Supremo visa o enfrentamento político com o tribunal 2025-03-25
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