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Mundo Igreja Católica vai debater se padres podem casar e se mulheres podem ser sacerdotisas

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Principal colegiado deliberativo da Igreja Católica também terá maior participação de leigos. (Foto: Vatican Media)

A partir desta quarta-feira (4), o desejo do papa Francisco de que a Igreja discuta as preocupações dos seus fiéis, mesmo os temas mais delicados, terá vez no Sínodo dos Bispos, um encontro de religiosos do mundo todo que, pela primeira vez, permitirá que mulheres votem e terá maior participação de leigos. As questões em discussão incluirão padres casados, o celibato sacerdotal, a bênção a casais LGBTQIA+, a extensão dos sacramentos aos divorciados e a ordenação de mulheres.

Os críticos desconfiam da própria natureza do sínodo, apontado como uma maratona burocrática ou como um cavalo de Troia para os progressistas corroerem as tradições da Igreja sob o manto do colegiado. Mas há os que enxergam uma oportunidade de botar em prática a visão de Francisco sobre a Igreja, como uma instituição inclusiva e que busca subverter a hierarquia tradicional e a força dos bispos, e ouvir e a trabalhar mais com os fiéis.

Para estes, mais do que qualquer questão em debate, e para além dos principais temas da “guerra cultural” que ficaram de fora da pauta (aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo ou eutanásia, por exemplo), é o processo de bispos e leigos trabalhado e votando juntos que representa uma mudança potencialmente transformadora.

“É um momento incrível”, disse Renée Köhler-Ryan, reitora da Escola de Filosofia e Teologia da Universidade de Notre Dame Austrália, que participará e votará entre as primeiras mulheres a terem essa oportunidade.

Ainda assim, muitos observadores da Igreja analisam que resta saber se o encontro se tornará um instrumento para a transformação que os conservadores temem ou outra oportunidade frustrada na visão dos progressistas.

O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente de aconselhamento do Papa que reúne bispos de todo o mundo, em encontros periódicos para discutir e votar propostas sobre orientações da Igreja que são enviadas para deliberação do pontífice. Se desejar, o papa pode adotar o texto final como um documento papal ou decidir escrever sua versão ao fim do sínodo.

O tema geral deste sínodo realizado em duas sessões — uma que vai até 29 de outubro e a próxima em 2024 — gira em torno do estímulo ao maior envolvimento dos fiéis nas questões da Igreja, definido como um ” Sínodo sobre a Sinodalidade”, ou sobre a capacidade de religiosos e leigos trabalharem juntos pelo bem da Igreja.

Francisco convocou vários sínodos durante o seu papado, sobre a família e sobre a juventude, por exemplo. Mas este é diferente. Não tratará de um único tema e sim da prática de trabalhar em sínodo, um processo que o Vaticano explica como “caminhando juntos”. Em 2021, o Vaticano iniciou um processo de sondagem em Igrejas do mundo todo para levantar os temas que, em teoria, seriam os mais importantes apontados, em comum, pelos fiéis.

“Eu tenho plena consciência de que falar de um ‘Sínodo da Sinodalidade’ pode parecer um pouco obscuro, autorreferente, excessivamente técnico, e de pouco interesse para o público em geral”, disse o papa, em agosto, mas acrescentou que “é algo verdadeiramente importante para a Igreja.”

Novas vozes

Em abril, o papa publicou as novas regras para este ano, que marcaram uma mudança histórica nas normas da Igreja. Pelo documento, a maior parte dos participantes ainda é formada por bispos, mas o papa adicionou 70 integrantes leigos além deles. Ao todo, 365 pessoas terão direito a voto no Sínodo, das quais cerca de 75% serão bispos, explicou Paolo Ruffini, prefeito do dicastério (equivalente a um ministério na estrutura eclesiástica) da Comunicação do Vaticano.

Entre os votantes haverá 54 mulheres. O Papa Francisco escolheu os 70 leigos entre 140 candidatos proeminentes e ativos nas igrejas locais. Para uma das subsecretárias do Sínodo, irmã Natalie Becquart, é um modo de “desconectar a participação na liderança da Igreja da ordenação”, como explicou, no ano passado. A instituição, no entanto, esclareceu que o movimento não significa que a Igreja está se democratizando, mas que o Papa vai passar a ouvir mais vozes, e se enriquecer pela maior diversidade de perspectivas. Nos Sínodos passados, as mulheres puderam apenas atuar como auditoras.

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