Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2024
O tradicional ovo de Páscoa virou alvo de reclamações constante nessa época do ano por causa do seu alto custo, que em grande parte é consequência da carga tributária sobre os ingredientes. Mas há outro produto tradicionalmente consumido entre a Sexta-Feira Santa e o Domingo de Páscoa que possui uma carga tributária ainda mais alta.
Os ovos caseiros podem ser uma alternativa para os consumidores e uma oportunidade de renda extra para os microempreendedores. No entanto, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), evitar os produtos industrializados não significa necessariamente escapar dos altos impostos. Para a produção de um ovo simples, que requer chocolate, papel celofane e fitas para embalagem, são destinados, respectivamente, 39,61%, 34,5% e 34% em impostos.
No caso de ovos de Páscoa das marcas mais conhecidas, a média de impostos sobre eles é de 38,5%. “Quem planeja comprar ou presentear com ovos de Páscoa precisa estar ciente de que quase 40% do valor do produto corresponde a impostos. Essa informação é baseada nos dados do Impostômetro”, pontua a ACSP.
Segundo levantamento da entidade, o produto típico da data mais tributado é o vinho importado, com uma taxa de 59,73%. “Isso significa que, ao adquirir uma garrafa de vinho importado pelo preço de R$ 100, por exemplo, o consumidor desembolsa R$ 40,27 pelo produto e mais R$ 59,73 em tributos”, diz a entidade. Por sua vez, o vinho nacional apresenta uma carga tributária menor, com média de 44,73%.
“Se a carga tributária sobre os produtos consumidos na Páscoa não fosse tão alta, o consumidor teria mais condições de adquirir produtos de melhor qualidade durante esta época do ano”, critica João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT.
Ele reclama que “o sistema tributário brasileiro, ainda muito voltado para o consumo, resulta em uma maior tributação para os brasileiros de renda mais baixa em comparação com aqueles de renda mais alta, o que prejudica as classes menos favorecidas financeiramente, dificultando a aquisição dos itens mais consumidos nesta ocasião”.
Um levantamento da Fundação Procon de São Paulo mostra que o preço médio do ovo de Páscoa caiu 15% na comparação com 2023, e aponta a barra de chocolate como alternativa para quem economizar. Segundo a pesquisa, o quilo do ovo de Páscoa é mais que o triplo do quilo do chocolate em barra.
Aumento da produção
Em 2024, a produção nacional de ovos de Páscoa cresceu 17% segundo a associação do setor. São 58 milhões de unidades à venda.
A Páscoa aquece toda a cadeia produtiva do cacau e do chocolate, e acaba funcionando também como porta de entrada para quem está em busca de trabalho.
“Esse ano, a gente registrou cerca de oito mil vagas de serviço temporário e a nossa estimativa é que de 20% a 25% dessas pessoas possam ser efetivadas dentro das empresas”, diz Jaime Recenta, presidente-executivo da Abicab.