Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 23 de março de 2022
A jogada de zerar imposto de importação de etanol dos Estados Unidos, adotada pelo governo federal, permitirá às distribuidoras pagar menos pelo etanol a fim de aumentar seus lucros, mas não diminuirá o preço na bomba. A medida prejudica a indústria nacional, que paga impostos e emprega centenas de milhares de trabalhadores. Foi obtida pelo lobby bilionário das distribuidoras/atravessadoras que passaram a adquirir usinas em São Paulo e agora tentam fragilizar concorrentes do Nordeste.
Sem escrúpulos
O jogo bruto e sujo das distribuidoras inclui a entrada do etanol dos EUA no Brasil pelos portos do Nordeste e em plena safra na região.
Caminho das pedras
O desafio agora é identificar o “caminho” percorrido pelos lobistas das distribuidoras até arrancar a decisão do governo Bolsonaro.
Crime de lesa-pátria
Imposto zero para etanol dos EUA chega a ser um crime contra o País, na medida em que fragiliza a indústria e cancela milhares de empregos.
Toma lá sem dar cá
Lobistas fizeram o Brasil ignorar a rega da negociação bilateral: zerou o imposto do etanol, mas os EUA zeraram taxação a produtos brasileiros.
Damares confirma a Bolsonaro que será candidata
A ministra Damares Alves (Família etc) vai mesmo se desincompatibilizar do cargo junto aos demais colegas pré-candidatos, como esta coluna informou em primeira mão, mas ainda não decidiu o cargo e nem o Estado onde fixará domicílio eleitoral. Ela havia comunicado ao presidente Jair Bolsonaro a opção pelo Amapá, onde disputaria mandato de senadora, mas recebeu outros convites e ainda está em dúvida. Mas os dois tiveram nova conversa, da qual ela saiu convencida a disputar.
Importante papel
No tête-a-tête, Bolsonaro alegou a Damares que terá importante papel nas eleições, até por sua popularidade detectada em pesquisas.
Partido, eis a questão
Outra dúvida de Damares Alves é seu destino partidário. Ela poderá escolher o PL de Bolsonaro ou Republicanos, de idêntico “DNA”.
É a turma dela
A ministra se inclina pelo Republicanos, presidido pelo deputado e ex-ministro Marcos Pereira, evangélico como ela. Sente-se em casa.
Busca da paz
O Brasil não vai entrar na onda das lacrações internacionais. Em rara entrevista, o chanceler Carlos França disse à Rádio Bandeirantes que não é papel do Brasil “encontrar um culpado” no conflito Rússia-Ucrânia e sim apoiar ações pela paz, começando pelo imediato cessar-fogo.
Mão na roda
Pareceram estranhas, ainda que necessárias, as iniciativas do MPF contra Bolsonaro, desenterrando acusações dos tempos de deputado, e contra Paulo Guedes, já exaustivamente explicadas. A oposição adorou.
Alô, MPF
Clama por investigação o que gerou a decisão do governo federal que zerou impostos de importação de etanol dos Estados Unidos, apenas para favorecer, claramente, distribuidoras de combustíveis.
Vai que é tua, Castro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pode estar reeleito e não sabe: os pesquiseiros do Quaest não conseguiram emplacar Marcelo Freixo (Psol) na “liderança quase unânime” das intenções de voto.
Não só no público
Procurando impressionar alunos com iniciativas ‘politicamente corretas’, professora da faculdade privada Iesb, em Brasília, disse que o ensino da “supremacia feminina” fará parte de um novo curso da instituição.
Dinheiro na conta
Alvo de inquérito no MP do Trabalho e três auditorias do Conselho de Enfermagem do Tocantins por irregularidades graves, a Bioplus segue atuando e recebendo contrato de R$22 milhões com o governo local.
Premiações turbinadas
De saída da presidência do Tribunal de Contas do DF, Paulo Tadeu viu a verba para premiações da corte multiplicar 24 vezes neste ano. Em 2021, apenas R$ 30,2 mil foram para condecorações. Este ano, subiu para R$ 60 mil só em janeiro. E o mesmo valor será gasto em fevereiro e março.
Roda quadrada
Presidente roda-presa do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) marcou “esforço concentrado”, em abril, para votar nomeações de autoridades. Há mais de 40 indicações mofando na gaveta, algumas desde 2020.
Pensando bem…
… sem a lorota das palestras que ninguém via, tem pré-candidato que sonha em viver de indenizações.
PODER SEM PUDOR
O cavalo eleitor
O deputado Zezinho Bonifácio era uma figura. Foi líder do governo durante o regime militar e até presidiu a Câmara dos Deputados. Mas sua pátria era a província, Barbacena (MG). Certa vez ele fazia campanha na cidade quando o informaram de um problema: a ferrenha oposição de um padre, no bairro de Bias Fortes. Ele procurou o padre e pediu seu cavalo emprestado. O padre ficou constrangido de negar-lhe o pedido. Assim, montado no bicho, ele fez campanha durante todo o dia, no bairro, exibindo o trunfo: “O padre virou, agora me apóia. Até me emprestou o cavalo…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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