Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2025
Com a campanha pelo Oscar esquentando, as frequentes menções da tradicional revista Variety ao longa “Ainda Estou Aqui” viraram meme entre os brasileiros neste mês, que brincaram dando um “CPF” e o sobrenome “da Silva” ao veículo. Nessa quinta-feira (23), o anúncio dos indicados ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood consagrou o nome de Torres, que figura – também – em diversos outros jornais americanos.
Em suas redes sociais, um dos editores-chefe da Variety, Ramin Setoodeh, afirmou que “a história está sendo feita” com a indicação da brasileira ao Oscar. Em artigo assinado pelos editores J. Kim Murphy e William Earl, a revista destacou que, “apesar de concorrer contra nomes amigáveis à Academia, como Nicole Kidman e Kate Winslet, a estrela de ‘Ainda Estou Aqui’ foi capaz de avançar na corrida pelo prêmio e conseguir uma indicação como Melhor Atriz”.
No The Washington Post, a jornalista Sonia Rao diz que o filme brasileiro “está em todo lugar”, e que Fernanda Torres entrega uma performance “definidora de carreira” e “sem dúvidas uma força maior por trás de ‘Ainda Estou Aqui'”.
A Vanity Fair convidou seus leitores a revisitar uma longa entrevista com Fernanda Torres publicada em novembro do ano passado, e cravou que “sua interpretação serena, elegante e poderosa a fez merecer um lugar em uma disputada categoria”.
Scott Roxborough, chefe do escritório europeu da The Hollywood Reporter, abre seu artigo dizendo que “a mãe de Fernanda Torres deve estar muito orgulhosa”. Roxborough destaca que, apesar de Torres ser uma “underdog” na corrida do Oscar (algo como “azarão”, aquele que de quem não é esperada a vitória), foi premiada com o Globo de Ouro e sua atuação tem sido “universalmente aclamada”. O jornalista conclui: “O que quer que aconteça no 97º Oscar, Fernanda Torres já fez história.”
Já a matéria do New York Times assinada por Kyle Buchanan não rasgou elogios à atriz brasileira, mas destacou a força do Globo de Ouro nas indicações deste ano tanto para Torres quanto para Demi Moore. Em seu perfil no X, o jornalista afirmou que não se pode descartar a vitória de Fernanda como Melhor Atriz. “Ainda que Demi Moore tenha toda essa energia de liderança depois de seu discurso no Globo de Ouro, eu não excluiria Fernanda Torres da vitória… Ela tem uma campanha muito atrativa em um filme que é mais tradicionalmente a cara do Oscar, e que muitos votantes começarão a assistir somente agora”.
No L.A. Times, o colunista Glenn Whipp chama “Ainda Estou Aqui” de “excelente” e define a performance de Fernanda Torres como “extraordinária”, mas ressalta o peso de Marianne Jean-Baptiste. “Suspeito que a última vaga na superlotada categoria de Melhor Atriz ficou entre Torres e Jean-Baptiste, em “Hard Truths”. Os votantes optaram por Torres e o filme mais acessível.”
O filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, foi indicado a três categorias do Oscar nessa quinta: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. A principal surpresa foi uma indicação inédita na categoria mais importante da premiação: a de Melhor Filme. É a primeira vez na história que um longa brasileiro recebe essa indicação.
Apesar de ter aparecido em algumas previsões durante períodos da campanha, o filme não era um dos favoritos a ser escolhido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood neste grupo.
