Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2022
O mundo aguarda com expectativa o resultado do segundo turno da eleição presidencial no Brasil. O jornal francês La Croix lamenta em sua edição desta sexta-feira (28) que a política ambiental para a Amazônia, uma questão fundamental para o planeta, tenha ficado ausente da campanha.
“Nas capitais ocidentais, o futuro da maior floresta tropical do mundo é considerado um tema primordial, uma questão crucial para um mundo que se esforça para solucionar a emergência climática. Mas os incêndios e o desmatamento passaram para o segundo plano, em uma campanha reduzida a insultos e polêmicas”, lamenta o diário francês.
A análise de La Croix vai na mesma linha de uma advertência feita ontem pelo jornal americano The New York Times (NYT), que publicou um vídeo dizendo que a eleição presidencial no Brasil “vai definir o futuro do planeta” e que o vencedor “herdará o controle de mais da metade da floresta amazônica”.
Ainda na França, o jornal Libération destaca “a proliferação alarmante de armas” promovida pelo governo de Jair Bolsonaro. “Esta cultura de armas não era generalizada no Brasil pré-Bolsonaro”, destaca o Libération. “Um dos grandes vencedores da reforma é o fabricante brasileiro Taurus, que viu seus lucros aumentar em 323% entre 2018 e 2022, com os mais de 40 decretos aprovados por Bolsonaro para facilitar a venda de armas e munições a civis.
Em Portugal, o jornal Público traz duas reportagens sobre o Brasil, uma delas sobre a Amazônia, com a manchete “Aqui mora gente”; a outra é uma entrevista com Natália Leal, da agência Lupa, sobre a campanha de desinformação do bolsonarismo.
Tema semelhante aborda o espanhol El País, ao mostrar que a ofensiva bolsonarista nas igrejas evangélicas faz com que essa categoria de eleitores seja uma minoria a apoiar o ex-presidente Lula.
O jornal espanhol também destacou que quem vencerá as eleições é Lula, não a esquerda nem o PT. “O mais seguro é que quem ganhará as eleições brasileiras no domingo, pela terceira vez, será o ex-sindicalista e carismático Lula da Silva, não o direitista e ex-militar Jair Bolsonaro. No exterior, e sobretudo no resto da América Latina, essas eleições são vistas, antes, como uma luta entre a extrema direita neofascista e a esquerda simbolizada pelo Partido dos Trabalhadores, o PT”.
Em editorial, o britânico The Guardian diz que “o mundo não aguentaria um segundo mandato de Bolsonaro”. “A Amazônia, que hoje é um poço de absorção de carbono, se tornaria um emissor” de gases de efeito estufa, explica o jornal. “Grupos criminosos de madeireiros e fazendeiros correm para fazer o pior, com medo de que um novo governo Lula aumente a fiscalização”, acrescenta o Guardian.
A agência AFP constata uma disputa apertada com ligeira vantagem para o ex-presidente Lula contra Bolsonaro, conforme apontam as pesquisas. Mas, na realidade, “os brasileiros votarão no domingo no candidato que eles menos detestam”, diz a agência.