Sabe quando você coloca uma meia mais apertada e, no final do dia, ao tirá-la percebe que seu tornozelo ficou todo marcado? Pois essas marquinhas provavelmente são resultado do inchaço. Em linguagem médica, ele ganha nome de edema, mas nós conhecemos popularmente como retenção de líquido.
E sabem como ele acontece? Quando líquidos saem dos vasos sanguíneos e extravasam para o tecido subcutâneo, que é aquele que fica abaixo da pele. “Esse fenômeno ocorre devido a um desequilíbrio na eliminação de água do corpo”, explica a nutricionista Cátia Ruthner.
Muitas coisas podem causar esse líquido em excesso no corpo, desde ficar muito tempo na mesma posição (seja em pé ou sentado), ou seja a força da gravidade, até o sedentarismo. Também entram nessa conta o período de menstruação e pré-menstruação, calor em excesso, gestação, alterações hormonais e outros mecanismos não patológicos. “Como por exemplo, insulina, cortisol, testosterona em excesso, uso de medicações e intolerâncias alimentares”, conta.
Além disso, o inchaço pode ser consequência de desequilíbrios do organismo, tais como variações de pressão sanguínea, quantidade de proteínas no sangue, quantidade de sais disponíveis no corpo. Algumas doenças também provocam o edema, tais como insuficiência cardíaca, diabetes, artrite e doença renal.
Um edema nunca é visto como saudável. Todavia, é considerado razoavelmente comum. Segundo a médica nutróloga Dinah Ribeiro de Paula, a retenção de líquidos é mais frequente em mulheres, devido à TPM, gravidez e doenças como hipotiroidismo. “A retenção é ruim pois causa desconforto extremo, pernas cansadas e pesadas”, comenta.
Para saber se isso está ocorrendo com você, basta observar seu corpo. As pernas costumam inchar, os pés ganham marcas dos sapatos no final do dia e a pele fica com aspecto brilhante. “Faça uma pressão na parte interna do tornozelo e se ficar com depressão é sinal de retenção”, afirma Dinah. Se você se sentir inchada ou tem dificuldade em perder peso, e até ganhou alguns quilos, é muito provável que esteja sofrendo dessa doença. “É bom deixar claro que precisa ser sempre avaliado por um médico para diagnosticarmos a causa desta retenção”, avisa.
Vilões
Alguns alimentos podem agravar o inchaço ou mesmo causá-lo. Os mais perigosos são aqueles com grande quantidade de sal, pois nosso corpo acaba retendo mais água para dar conta de diluí-lo – entre eles estão os embutidos, enlatados, queijos amarelos, shoyu e molhos comuns em fast foods.
Os alimentos industrializados, como refrigerantes, também contribuem com o problema. “Por serem ricos em corantes, conservantes e sódio, aumentam a retenção de líquidos pelo excesso de sódio e substâncias químicas”. As bebidas alcoólicas têm parcela de culpa, pois interferem em alguns processos bioquímicos da glicose no sangue e na absorção de água pelos rins, aumentando o edema.
Catia cita ainda os alimentos pobres em fibras. “Eles prejudicam a formação das fezes e a absorção de água, fatores que levam à constipação e retenção líquida”. Vale avisar que 75% do volume das fezes é formado por água. Por fim, ainda está a fritura, que prejudica o processo digestivo.
Bebendo muita água. “A desidratação é um dos fatores que pode estimular o aparecimento do problema. Por isso, quanto mais água você ingerir, mais toxinas irá eliminar pela urina”, explica. Os chás são grandes aliados. Você pode optar por chá verde, cavalinha, cabelo de milho, hibisco, dente de leão, entre outros. O mesmo vale para a água de coco.
A nutricionista também indica alimentos probióticos (kefir e kombuchá são ótimos!) e algumas frutas com alto poder diurético, que contam com potássio, magnésio, vitaminas de complexo B e ainda água, e aumentam o fluxo de urina. São elas melancia, melão, abacaxi e pera. Outros alimentos que auxiliam na diurese são pepino, aspargo e abobrinha. “Caso a retenção persista procure um médico para identificar possíveis causas desta retenção”, finaliza.