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Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2018
Não se pode afirmar que isso “compre” felicidade, mas é provável que ajude – em parte – a melhorar certas coisas na vida. O problema é que, aparentemente, o dinheiro nunca é suficiente e quanto mais se tem, mais se quer.
Uma pesquisa da Escola de Negócios de Harvard – da qual participaram 4 mil milionários de vários países – chegou à conclusão de que a maior parte dos ricos acredita que com mais dinheiro será mais feliz, considerando a felicidade como um nível mais elevado de satisfação em sua vida.
O que surpreende no estudo é que um quarto dos milionários entrevistados diz que, para ser “feliz”, precisaria que sua riqueza aumentasse em 1.000%. Outro um quarto deles respondeu que precisaria de um aumento de 500% de sua fortuna para sentir-se completamente bem.
O pesquisador responsável pelo estudo, Grant Donelly, disse que, segundo os resultados, uma grande riqueza gera felicidade, mas há certos detalhes. Por exemplo, há um limite que marca um ponto de mudança entre os entrevistados. “Os que têm um patrimônio superior a US$ 8 milhões (R$ 26,48 milhões) são significativamente mais felizes que os que têm US$ 1 milhão (R$ 3,31 milhões)”.
Basicamente, isso não varia muito para cima dessa linha ou para baixo dela. A pesquisa pediu a milionários do Brasil, Hong Kong, India, Irlanda, Mônaco, Catar, Arábia Saudita, Singapura, África do Sul, Espanha, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos que avaliassem seu nível de felicidade em uma escala de 1 a 10.
Para fazer parte do estudo, as pessoas precisavam ter um nível mínimo de riqueza de US$ 1 milhão.
Qual é o limite
Donelly diz que não se pode estimar uma cifra exata de dinheiro para que uma pessoa se sinta feliz, mas que há certos parâmetros. “Os ganhadores do prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman e Angus Deaton, sugerem que uma renda anual de US$ 75.000 (o equivalente a R$ 248,2 mil) é ideal. Nossos resultados sugerem que a felicidade aumenta quando a riqueza cresce, incluídos nessa lista os mais ricos”, observa o pesquisador.
“Na medida em que as pessoas têm um trabalho que consideram significativo e que incrementa sua riqueza, podem experimentar mais felicidade”. Um elemento que surpreendeu ao pesquisador foi que quando questionados em quanto teriam que aumentar seus patrimônios para serem um ponto mais felizes – na escala de 1 a 10 – os entrevistados responderam mais de 100%.
Ou seja, a ambição de ter mais poder econômico parece não dar trégua a qualquer escala.
Herdeiros tristes
Aqueles que viraram milionários quando receberam uma herança ou porque casaram com uma pessoa rica expressaram sentir-se menos felizes que os que construíram seus patrimônios a partir do trabalho. Outra conclusão do estudo é que apenas 13% dos ricos declararam que podem ser felizes com o dinheiro que têm.
O mistério que ainda não tem resposta é porque a partir dos US$ 8 milhões as pessoas se sentem significativamente mais felizes do que os ricos com um patrimônio inferior a essa cifra. O que fará essa diferença? Os pesquisadores não têm a resposta. Hipoteticamente, no entanto, eles dizem ser possível que, a partir desse nível de riqueza, as pessoas sintam uma vantagem em relação aos seus pares e, portanto, tenham uma maior auto-estima.
Ou, talvez, essa quantidade de riqueza faça com que os milionários sintam que seu patrimônio é seguro o suficiente para gastar livremente em coisas como doações ou dar grandes presentes.