Cinco dias, cinco tristes recordes. A Índia registrou 352.991 casos de Covid-19 em 24 horas e voltou a bater o recorde mundial pelo 5° dia consecutivo, nesta segunda-feira (26).
De acordo com dados do Ministério da Saúde indiano, o país, que vive o pior momento na pandemia com explosão de infecções e colapso em hospitais, soma agora mais de 17 milhões de casos e 195.123 mortes, das quais 2.812 foram registradas no último dia.
Com indianos morrendo na fila de hospitais, EUA, Reino Unido e Alemanha se comprometeram a enviar ajuda, como insumos para produção de vacinas, equipamentos médicos e equipamentos de proteção.
O embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, afirma acreditar que a grave situação do país inviabiliza uma possível exportação de vacinas. Lago diz também que a nova onda da Covid-19 afetou os trabalhos da embaixada brasileira. Dois diplomatas e de três a quatro funcionários – um já foi confirmado – estão com suspeita e aguardam resultado de testes.
Governo x Twitter
Em meio ao pior momento na pandemia, a Índia pediu que o Twitter tire do ar dezenas de posts – inclusive alguns feitos por parlamentares locais – que critiquem o governo indiano sobre o combate ao coronavírus.
Essa solicitação foi parcialmente atendida. Uma porta-voz da plataforma ouvida pela Reuters confirmou que alguns tuítes foram tirados do ar devido a um “pedido legal” ao qual, diz o Twitter, a rede é obrigada a cumprir.
Segundo a plataforma Lumen, ligada à Universidade Harvard, havia 21 posts no pedido feito pelo governo indiano. Essas publicações são de nomes conhecidos na Índia como o congressista Revnath Reddy.
As autoridades indianas embasam o pedido na Lei de Informação Tecnológica de 2000. Não está claro qual seção da lei foi acionada neste caso, mas o governo geralmente usa uma cláusula que trata de “proteção da soberania e da integridade da Índia”.