Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2025
"O julgamento, certamente, vai se dar de acordo com as regras do jogo, previstas na lei e no regimento interno", disse Dino
Foto: Andressa Anholete/STFIndicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Flávio Dino afirmou não ter “nenhum desconforto” em julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Corte.
“Em relação a mim, não há nenhum desconforto, nenhum incômodo, nada desse tipo”, afirmou o magistrado em conversa com jornalistas antes de um evento em uma universidade em São Paulo, na segunda-feira (24).
Ele respondia a uma pergunta sobre a defesa do ex-presidente ter afirmado que pedirá o impedimento da participação Dino e também do ministro Cristiano Zanin no julgamento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro. A defesa do ex-mandatário sustenta que Zanin foi advogado de Lula e que Dino foi ministro da Justiça e da Segurança Pública do atual governo.
“Considero que o advogado, os advogados dele e de todos os demais denunciados têm não só o direito, como o dever de exercer ampla defesa, de modo que acho que é algo absolutamente normal que o advogado apresente o que ele desejar e, claro, que o colegiado vai decidir. Não é uma decisão pessoal minha, é uma decisão do colegiado”, declarou Dino.
Bolsonaro foi denunciado por envolvimento no planejamento de um suposto plano de golpe de Estado. Ele será julgado pela Primeira Turma do STF, que poderá torná-lo réu.
De acordo com Dino, o julgamento “certamente vai se dar de acordo com as regras do jogo”. “O Supremo é composto por 11 ministros, todos chegaram lá do mesmo modo, todos os ministros foram escolhidos por presidentes da República, aprovados no Senado. Existem ministros indicados por cinco presidentes da República diferentes, todos foram aprovados pelo Senado, e o julgamento, certamente, vai se dar de acordo com as regras do jogo, previstas na lei e no regimento interno, com isenção e com o respeito à ampla defesa”, completou.