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Indígenas preparam lista tríplice para o comando do Ministério dos Povos Originários, que pode ser criado por Lula

Sonia Guajajara será a titular do Ministério dos Povos Indígenas. (Foto: Reprodução/Instagram)

A equipe de transição do governo Lula prepara uma lista tríplice de nomes para assumir o comando do novo ministério prometido pelo petista, o Ministério dos Povos Originários. A informação foi confirmada pela deputada eleita Sônia Guajajara (Psol-SP), que será uma das três indicadas.

Além de Sônia, a lista deve incluir os nomes da deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) e Weibe Tabeba (PT), vereador de Caucaia (CE). “Não tivemos nenhuma conversa formal. Nós estamos com a ideia de apresentar uma lista tríplice para o presidente Lula avaliar”, comentou Sônia.

A deputada disse ainda que o grupo de coordenação também vai sugerir que a nova pasta seja chamada de Ministério dos Povos Indígenas. Além disso, há o objetivo de fazer com que a Fundação Nacional do Índio (Funai) saia do Ministério da Justiça e passe a responder ao novo ministério. “Se queremos um ministério forte, temos que trazer uma estrutura forte, com estrutura e orçamento. A Funai vai trazer essa estrutura.”

A deputada eleita também negou que haja uma movimentação para que o novo ministério seja convertido em uma secretaria, o que significaria ficar submetido ao comando de algum outro ministério. “A gente nem cogita secretaria, será ministério”, disse Sônia.

A equipe de coordenação apresentou ao núcleo da transição 21 pedidos de homologação e reconhecimento de terras indígenas, envolvendo processos que já passaram pelo crivo da Funai, do Ministério da Justiça e da Casa Civil, dependendo agora da assinatura do presidente da República.

Nomes

Sônia Guajajara é formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação especial pela Universidade Estadual do Maranhão. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural. Em 2022, foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Atualmente, a liderança indígena é Coordenadora Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e integrante do Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Joênia Wapichana é advogada, sendo primeira mulher indígena a exercer a profissão no Brasil, e política brasileira filiada à Rede Sustentabilidade (REDE). Ela é a primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal, representando Roraima, durante as eleições de 2018. Antes, o único indígena eleito ao Parlamento foi o xavante Mário Juruna.

O vereador Weibe Tapeba é bacharel em direito e advogado. Tapeba foi coordenador da Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Ceará, integra o Conselho Nacional de Políticas Indigenista.

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