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Indústria de frango no Brasil vê corte na produção por efeito do coronavírus

O quilo do frango, que custava R$ 1 há 20 anos, hoje sai por quase R$ 10 e já subiu 22,89% nos últimos 12 meses.(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

A produção brasileira de frango caiu no primeiro trimestre, de acordo com representantes da indústria, enquanto uma fonte do setor disse nesta segunda-feira (20) que alguns produtores de aves já estão fazendo movimentos para reduzir ainda mais a produção futura.

Dados preliminares da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) indicam “uma tênue redução da produção decorrentes da atual conjuntura”, referindo-se à crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.

A ABPA informou ainda que não tem consolidado seus dados sobre o alojamento da avicultura brasileira referentes ao primeiro trimestre, o que a impede de fornecer dados mais detalhados. “Ao mesmo tempo, as exportações seguem em níveis positivos, conforme dados preliminares do Ministério da Economia”, disse a ABPA em nota.

Os preços do frango congelado acumulam queda de 15,67% no mês, no Estado de São Paulo, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Uma fonte do setor disse à agência Reuters que alguns criadores de frango no Brasil estão reduzindo sua produção ao alojar menos aves durante a crise do coronavírus, em um movimento “especulativo”.

Além disso, os criadores de frango estão abatendo matrizes entre 55 e 58 semanas, mais cedo do que o habitual, para que produzam menos ovos, disse a fonte. Isso pode afetar os níveis de produção de carne em 7 a 10 semanas, acrescentou.

Uma matriz de frango normalmente vive cerca de 66 semanas, de acordo com a ABPA. Em 60 dias, pode haver uma redução de 3% a 5% na produção avícola brasileira, disse a fonte, observando que isso seria temporário. A ABPA não deu mais detalhes sobre a queda de produção.

“Não é impossível, com tudo que está acontecendo, que em determinado momento você possa ter uma redução no nível de produção para salvaguardar a segurança e saúde das pessoas”, disse Lorival Luz, CEO da BRF, maior processadora de frango do Brasil.

As chamadas de ajuste de produção precisam ser feitas com base nos dados coletados diariamente e há muita incerteza, disse ele. Luz se recusou a comentar o tamanho de qualquer potencial corte na produção.

 

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