Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2024
A retomada da produção industrial do Rio Grande do Sul em junho teve clara influência na alta de 4,1% do setor no país em relação a maio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria gaúcha avançou 34,9% em junho, após queda de 27,3% em maio por causa das enchentes.
A alta de 34,9% foi a maior da série histórica do Rio Grande do Sul da pela pesquisa do IBGE, enquanto o aumento de 4,1% do Brasil foi o mais intenso desde julho de 2020 (9,1%), no momento inicial de recuperação da pandemia.
Diferentes setores contribuíram para a alta da indústria gaúcha em junho, como produtos químicos; derivados do petróleo; veículos automotores; máquinas e equipamentos; e metalurgia, de acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
“Depois de um período de paralisação em decorrência das inundações, houve retomada de atividades em diversas plantas industriais no Rio Grande do Sul. Isso foi determinante para o resultado positivo da indústria gaúcha”, diz.
Frente a junho de 2023, no entanto, houve recuo de 0,5% da produção no Rio Grande do Sul. O resultado acumulado da produção nos 12 meses até junho é de queda de 2,3%, enquanto em 2024 o recuo é de 1%. Com o desempenho de junho, a indústria do Rio Grande do Sul está 2,7% acima do seu patamar pré-pandemia.
Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, oito registraram alta da produção em junho, ante maio. Após o Rio Grande do Sul, a expansão mais intensa foi a do Pará (9,7%). Em dois meses de aumento no Estado, a alta acumulada é de 25,2%. O aumento da produção, puxado pelos setores extrativo e de metalurgia, reflete reação após queda de % em abril.
A segunda maior influência para o resultado geral, no entanto, veio de São Paulo, principal parque industrial do País, com alta de 1,3%. Foi a terceira taxa positiva seguida, com crescimento acumulado de 3,8% no período.
Ante junho de 2023, houve aumento de 8,6% da produção em São Paulo, que acumula ganho de 4,4% no primeiro semestre de 2024. Com o desempenho de junho, a indústria paulista está 3,6% acima do patamar pré-pandemia.
Outras regiões
Em relatório, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacou o aumento de ritmo da produção paulista nos últimos três meses. A alta, que tinha sido de 2,1% no primeiro trimestre, acelerou para 6,5% no segundo trimestre.
De acordo com o Iedi, o movimento foi puxado pelos setores de alimentos (alta de 4,2% no primeiro trimestre e 11,3% no segundo trimestre), farmoquímicos e farmacêuticos (-5,8% e 12,9%, respectivamente), máquinas e aparelhos elétricos (9% e 20,3%) e outros equipamentos de transporte (7,5% e 23,3%). A indústria automobilística também contribuiu, ao deixar para trás o recuo de 0,6% do primeiro trimestre e crescer 3% no segundo trimestre.
Se Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo tiveram influência positiva para a indústria em junho, o Nordeste exerceu influência contrária. A indústria da região caiu 6% em junho, ante maio, puxada pelos setores de derivados do petróleo e veículos automotores. Com o desempenho de junho, o setor industrial nordestino elimina o ganho de 4,8% registrado em maio.