Quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2024
Pesquisa mostra elevação de 1,5% no IDI-RS em setembro
Foto: CNI/DivulgaçãoA indústria gaúcha fecha o terceiro trimestre em alta, segundo o IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial), divulgado nesta segunda-feira (11) pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).
Cresceu 1,5% em setembro, na comparação com agosto, recuperando parte da queda de 1,8% do mês anterior e o nível de abril de 2024, antes da crise climática. O índice mostrou um tombo de 11,5% em maio, deixado para trás na sequência por altas em junho (9,8%) e em julho (3,9%).
“Após a rápida recuperação das enchentes de maio, os resultados da pesquisa mostram que o setor retomou o comportamento instável, sem uma tendência definida, que exibia no início do ano antes da calamidade climática”, diz o presidente da Fiergs, Claudio Bier.
O IDI-RS agrega seis indicadores com o objetivo de medir a atividade industrial no RS. Na passagem de agosto para setembro, a principal contribuição para a expansão do índice foi das compras industriais, que cresceram 6,3%, além dos aumentos do faturamento real (1%), da massa salarial real (0,7%) e do emprego (0,3%). Por outro lado, as horas trabalhadas na produção recuaram 1,1%, enquanto a utilização da capacidade instalada (UCI) não variou no período, permanecendo em 80,8% em setembro.
Segundo Bier, essa instabilidade ocorre porque o cenário econômico doméstico permanece sem grandes alterações. Além disso, a incerteza fiscal continua em alta, sendo o principal fator que inibe a atividade industrial e alimenta o pessimismo com a economia brasileira, assim como o aumento da taxa de juros e o cenário externo pouco favorável. Por outro lado, pesam a favor o maior ritmo da demanda doméstica, o menor desemprego, o aumento da renda e a presença, que já foi maior, de confiança empresarial.
Comparação
Em relação a setembro de 2023, mesmo com o mesmo número de dias úteis, o IDI-RS avançou 4,7% no mês. Quando comparados os mesmos meses de 2024 e do ano passado, foi a terceira alta seguida, o que desacelerou a queda anual do IDI-RS para 0,9% ante os
primeiros nove meses de 2023. A decomposição do índice mostrou que as perdas no acumulado do ano ainda predominam entre os componentes: compras industriais (-3,3%), faturamento real (-2%), horas trabalhadas na produção (-1,7%) e emprego (-1,2%). Apenas a massa salarial real (3,4%) e a UCI (1,6 ponto percentual) subiram.
Apesar da queda no índice agregado, nove dos 16 segmentos industriais pesquisados apresentaram expansão da atividade, na comparação entre os períodos de janeiro a setembro de 2024 e 2023.
Dois importantes segmentos se destacam negativa e positivamente. A intensa queda de Máquinas e equipamentos (-13,4%), principal responsável pela contração geral, foi compensada, em parte, pela expansão expressiva de Veículos automotores (12,5%). Entre os demais, vale ressaltar, ainda, dada a influência, Móveis (9,3%) e Metalurgia (14,3%), pelo lado positivo, e, pelo lado contrário, Couros e calçados (-3,1%), Alimentos (-0,6%) e Tabaco (-5%).
Diante desse quadro, as perspectivas para os próximos meses não indicam mudanças na trajetória da indústria gaúcha, que deve continuar exibindo muita volatilidade e pouco dinamismo.
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