A CNI (Confederação Nacional da Indústria) projeta um crescimento de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, segundo o relatório do setor divulgado pela instituição nesta quinta-feira (14).
De acordo com a CNI, o crescimento segue impulsionado pelas famílias e em parte pelo consumo do governo. Mesmo assim, o crescimento é quase metade da projeção de 3% em 2023.
A confederação aponta que o resultado positivo deste ano não dá início a um novo ciclo de desenvolvimento e avalia que o PIB atual foi construído sobre fatores conjunturais excepcionais, como o expressivo crescimento do PIB da agropecuária, e com a queda dos investimentos produtivos.
Além disso, a CNI também prevê que o cenário econômico internacional será pouco favorável, o que deve impedir novos aumentos históricos no saldo positivo da balança comercial. Neste ano, o saldo recorde decorre dos volumes exportados de produtos agropecuários, principalmente soja e milho, e da indústria extrativa, em especial petróleo e minério de ferro.
Outro fator que poderá influir é o crescimento “modesto” das indústrias de transformação e de construção, com altas de 0,3% e 0,7%, respectivamente em 2024. De acordo com a instituição, a indústria de transformação continuará convivendo com cenários bastante heterogêneos entre os setores devido à diferença entre a política monetária, que inibe a atividade econômica, e a política fiscal, que a estimula.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta, o presidente da CNI, Ricardo Alban, definiu o próximo ano como desafiador.
“Nós ainda temos muitas interrogações. Vamos ver o que sai desse emaranhado de projetos que estão para ser definidos [no Congresso]. Pode ser definido como um ambiente psicológico que se cria para o desenvolvimento econômico no próximo ano e a gente tem que trabalhar muito, mas trabalhar muito mesmo para aproveitar as oportunidades que a transição energética traz, que o movimento das cadeias globais estão fazendo para que a gente possa, sim, focar isso para a indústria”, afirmou.