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Economia Indústrias de aves e suínos do Brasil não planejam cortar a produção por causa do coronavírus

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Dados do IBGE fazem parte do Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha. (Foto: Reprodução)

As indústrias de aves e suínos do Brasil não têm planos para cortar produção ou dar férias coletivas a trabalhadores em meio à crise do coronavírus, disse que a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa os frigoríficos do setor.

O diretor-executivo da entidade, Ricardo Santin, afirmou via telefone que a crise está alterando os hábitos de consumo, mas que não teve impacto significativo nem sobre a demanda doméstica, nem sobre a procura por exportações.

“Boi tem situação diferente (do nosso setor). Boi pode ficar no pasto sem custo. Diferente de aves e dos suínos”, disse Santin.

“Estamos conscientes que o período pode ser complicado. Todas as empresas têm seus planos de contingência”, acrescentou.

A produtora de carne bovina Minerva anunciou reduções de abate em meio a problemas logísticos decorrentes da crise sanitária iniciada na China, principal parceira econômica do Brasil.

Em relação aos mercados externos, Santin disse que os volumes diários de embarques de carnes suína e de aves nos 10 primeiros dias de março indicaram que os números das exportações serão fortes, em linha com o mesmo mês do ano passado.

Considerando que países como a China seguem lidando com doenças que afetam animais, como a peste suína africana e a gripe aviária, o Brasil continuará a se beneficiar das fortes importações de alimentos pela Ásia, afirmou ele.

Minerva Foods

A Minerva Foods anunciou nesta semana que operações de abate serão suspensas em quatro unidades da companhia no Brasil como medida preventiva contra a transmissão do coronavírus e por problemas logísticos também relacionados à doença.

A partir do dia 23, serão concedidas férias coletivas aos colaboradores das unidades Janaúba (MG), José Bonifácio (SP), Mirassol D´Oeste (MT) e Paranatinga (MT), que devem durar entre dez e quinze dias, a depender da planta, disse a companhia em nota.

“A decisão também está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda da demanda no segmento de food service e limitações logísticas em diversas partes do mundo”, acrescentou a empresa.

A principal limitação logística das companhias de carnes neste momento é a ausência de contêineres disponíveis para exportação, pois parte dos que foram enviados para a China ficaram com cargas paralisadas no país em fevereiro e ainda não retornaram ao Brasil.

A paralisação de cargas nos portos chineses, definida pelo governo do país, foi uma medida de contenção do coronavírus e afetou a distribuição local dos produtos importados.

A Minerva ainda afirmou que as férias coletivas são a melhor opção a ser seguida, “tendo em vista que permitem preservar a economia de escala das operações industriais”.

“Adotaremos medidas comerciais para apoiar nossos clientes do segmento de ‘food service’ e seguiremos colaborando com nossos operadores logísticos, sem colocar em risco as medidas aplicadas para evitar a disseminação do vírus”, enfatizou a companhia.

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