Mesmo estando inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro reafirmou a sua intenção de concorrer à presidência em 2026. Em entrevista à revista “Veja”, Bolsonaro disse que só devem ser considerados nomes para substituí-lo quando ele “estiver enterrado”.
O ex-mandatário também comentou sobre o saldo do seu partido no pleito municipal deste ano, inclusive em São Paulo, e avaliou Pablo Marçal (PRTB) como “um jovem com um baita futuro, mas que começou arranhando”. Ao ser questionado sobre quem apoiaria nas próximas eleições presidenciais, Bolsonaro repetiu que ele próprio seria o único com chances de sair vitorioso das urnas daqui a dois anos.
“Falam em vários nomes, Tarcísio, Caiado, Zema… O Tarcísio é um baita gestor. Mas eu só falo depois de enterrado. Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu”, disse.
O ex-presidente também classificou como “injustiça e perseguição” a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, no ano passado, o tornou inelegível por oito anos por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Ao comentar sobre a possibilidade de também ser indiciado no inquérito da tentativa de golpe, ele disse que “não tem medo de julgamento”, mas sim de “quem vai julgar”.
Bolsonaro, então, admitiu que suas opções são “o Parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para o registro da candidatura e deixar que o TSE que decida”. Já diante da possibilidade de um eventual segundo mandato, Bolsonaro repetiu que continua “imbrochável” e diz que “não errou em nenhuma das observações feitas durante a pandemia”.
Ainda em relação aos planos para o futuro, o ex-presidente disse serão lançadas três candidaturas de membros de sua família para o Senado em 2026. “O Flávio vai para a reeleição, e quem lançou o Eduardo foi o Valdemar Costa Neto, nosso presidente. A Michelle deve concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, tem grande chance de se eleger. É o plano ideal para ela”, afirmou.
Durante a entrevista, Bolsonaro também comentou sobre a eleição em São Paulo, marcada pela disputa do seu apoio pelo prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). Mesmo descrevendo o ex-coach como “um jovem com um baita futuro”, o ex-mandatário reconheceu que ele começou “arranhando”. “Fez aquela live às vésperas do segundo turno com o Guilherme Boulos (PSOL). Ali, cometeu um erro, querendo aliviar o lado dele junto ao Boulos por causa da divulgação do laudo falso”, avaliou ele.