Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2020
No acumulado no ano, IPCA registra avanço de 3,13% e, em 12 meses, de 4,31%, acima do centro da meta de inflação do governo para este ano, que é de 4%
Foto: Marcos Santos/USP ImagensO IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do País, avançou 0,89% em novembro, após avanço de 0,86% em outubro, segundo divulgou nesta terça-feira (08) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o indicador foi de 1,01%”, informou o IBGE. No acumulado em 2020, o IPCA registra alta de 3,13% e, em 12 meses, de 4,31%, acima dos 3,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Com o resultado, a inflação agora está acima do centro da meta de inflação do governo para este ano, que é de 4%.
Reajuste de preços e perspectivas
Os analistas passaram a projetar uma inflação para 2020 acima da meta central do governo, de 4%. A expectativa do mercado para este ano passou de 3,54% para 4,21%, de acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central.
A revisão das projeções ocorreu após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizar cobrança extra na conta de energia em dezembro. Nos últimos meses, o patamar mais elevado do dólar e a retomada da economia também contribuiu para a subida dos preços, principalmente de alimentos e combustíveis.
Na última quinta-feira (03), a Petrobras anunciou mais um reajuste de 5% do botijão de gás às distribuidoras. A alta do custo de vida tem pesado mais no bolso dos mais pobres. O índice da FGV (Fundação Getulio Vargas) que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, por exemplo, tem alta acumulada em 12 meses de 5,82% até novembro.
Apesar da aceleração nesta reta final do ano, a inflação oficial ainda está dentro do intervalo de tolerância existente. Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% neste ano sem que a meta seja formalmente descumprida.
A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica.
O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano, subindo para 3% no final de 2021. Ou seja, a expectativa é que a Selic deve voltar a subir no ano que vem.
Para o IPCA de 2021, o mercado financeiro baixou de 3,47% para 3,34% sua previsão. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.